EFEITO DO EXCESSO DE FERRO E DIETA HIPERCOLESTEROLÊMICA SOBRE O PERFIL DE LIPÍDIOS SÉRICOS E ESTRESSE OXIDATIVO EM HAMSTERS

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

O aumento nos níveis de LDL e a diminuição de HDL têm sido apontados como fatores de risco para a aterosclerose e contribuído para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares (DCV). Por outro lado, estudos epidemiológicos e experimentais sugerem que o excesso de ferro, também, pode contribuir para o desenvolvimento dessas doenças. O objetivo do trabalho foi investigar o efeito do excesso de ferro sobre as diversas frações de lipídios séricos e homeostase do ferro em hamsters alimentados com dieta controle ou contendo colesterol. Golden Syrian Hamsters machos foram divididos em quatro grupos de acordo com o tratamento recebido: grupo controle (C) recebeu dieta controle; grupo CF recebeu dieta controle e excesso de ferro; grupo H recebeu dieta hipercolesterolêmica contendo 0,5g/100g de colesterol e grupo HF recebeu dieta hipercolesterolêmica e excesso de ferro. O experimento durou nove semanas e o excesso de ferro foi obtido através de injeções de ferro-dextran, na sétima semana na dose de 10mg/dia durante 5 dias. Os dados foram testados pela ANOVA, análise bivariada. Quando as alterações foram significativas, o teste de Tukey foi feito para determinar as diferenças específicas entre as médias. A diferença de p<0,05 foi considerada significativa. O excesso de ferro aumentou (p<0,05) os níveis de colesterol plasmáticos em hamsters alimentados com dieta hipercolesterolêmica (4,370,73 mmol/L e 7,072,22 mmol/L para H e HF, respectivamente). O colesterol sérico não foi diferente entre os grupos C e CF (1,680,29 mmol/L e 1,930,37 mmol/L para C e CF, respectivamente). O excesso de ferro associado à dieta hipercolesterolêmica também aumentou as frações HDL e LDL colesterol (p<0,05). O tratamento com ferro-dextran aumentou o ferro sérico, a saturação de transferrina e a capacidade de ligação do ferro nos grupos CF e HF. A dieta hipercolesterolêmica aumentou o estresse oxidativo, avaliado pelos níveis séricos de 4-hidroxialquenal, mas o excesso de ferro não alterou as concentrações de 4-hidroxialquenal, malondialdeído, ou o status antioxidante total. Nossos resultados sugerem que a dieta hipercolesterolêmica aumenta o colesterol sérico e proporcionalmente as demais frações nos hamsters e que o tratamento com ferro, quando associado à dieta hipercolesterolêmica, potencializa tais aumentos, que o excesso de ferro não afeta o status antioxidante e que o hamster pode ser um bom modelo para explorar mecanismos que favorecem nosso entendimento sobre a relação ferro/lipídios.

ASSUNTO(S)

bioquímica -teses biochemistry bioquimica antioxidant transferrina - teses hamster as a lab animal antioxidante teses. iron in the organism ferro no organismo teses hamster como animal de laboratorioteses transferrin

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