Efeito da inoculação de esporos de Clostridium estertheticum e Clostridium gasigenes em carne bovina ambalada a vácuo e capacidade de Clostridium estertheticum de formar biofilmes / Effect of innoculated spores of Clostridium estertheticum and Clostridium gasigenes on vaccum packaged meat and ability of Clostridium estertheticum to form biofilm

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

Casos de estufamento de carne bovina embalada à vácuo, causado por Clostridium estertheticum e Clostridium gasigenes, mantida sob temperatura de refrigeração vêm sendo observados em diversas regiões do Brasil, principalmente no Centro-Oeste, onde foi detectada a presença destes microrganismos em ambientes de abatedouros-frigoríficos. A complexidade analítica da técnica utilizada em pesquisas com esses microrganismos faz com que sejam escassos os trabalhos que visam o controle desse tipo de deterioração. Diante do exposto e considerando-se a importância da exportação de carne para a economia brasileira, o presente estudo teve como objetivo avaliar o efeito da inoculação de esporos de Clostridium estertheticum e Clostridium gasigenes em carne bovina embalada a vácuo e a eficiência esporicida in vitro do uso de ácidos orgânicos sobre estes microrganismos. Além disso, avaliou-se a capacidade de formação de biofilmes por C. estertheticum em superfície de aço inoxidável, e a eficiência de agentes químicos para sua remoção. Observou-se em carnes embaladas a vácuo, que C. gasigenes produzem maiores quantidades de gases, promovendo o estufamento da embalagem mais rápido em relação ao C. estertheticum. O primeiro indício da formação de bolhas por C. gasigenes foi observado aos 21 dias de incubação à temperatura de 7°C de armazenamento, enquanto que para C. estertheticum observou-se somente aos 35 dias na mesma temperatura. Notou-se uma produção de gás mais intensa à temperatura de armazenamento mais alta. Na carne inoculada com C. gasigenes houve um aumento progressivo no valor do pH, atingindo valores maiores em temperaturas mais elevadas, por volta de 49-77 dias, seguido por uma queda. Por sua vez, a inoculação com C. estertheticum não promoveu a mesma variação de pH, notando-se uma acentuada queda até 21-35 dias, seguido por um progressivo aumento. A utilização, de ácidos orgânicos mostrou reduzido ou nenhum efeito sobre esporos, de C. gasigenes e C. estertheticum, não sendo viável sua aplicação em cortes de carnes bovinas com a finalidade de inibir ou minimizar o blown pack. Observou-se que tanto a cepa de C. estertheticum padrão DSM 8809T quanto a cepa LHCE-13 isolada de equipamento (rolete de retirada do couro) foram capazes de formar biofilmes após 07 dias de contato com a superfície de aço inoxidável e os sanitizantes, ácido peracético (500mg/L) e peróxido de hidrogênio (200 mg/L) em contato por 15 minutos, mostraram-se eficientes no controle destes. São necessários programas de higienização mais rigorosos e efetivos para o controle de C. estertheticum e C. gasigenes nos abatedouros-frigoríficos, pois eles podem estar presentes no ambiente em forma de esporos e também como biofilmes, em locais com grande acúmulo de material orgânico ou em associações com outros microrganismos

ASSUNTO(S)

clostridium estertheticum clostridium gasigenes estufamento carne bovina biofilme clostridium estertheticum clostridium gasigenes blown pack meat biofilm

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