Discourses of the transition of the guerrilla to the neoliberal state: stratumpolitics, technopolitics and nomadpolitics / Discursos do trânsito da guerrilha ao Estado neoliberal: estratopolítica, tecnopolítica e nomadopolítica

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Em 2002, o Partido dos Trabalhadores (PT) venceu as eleições para a presidência do país, alimentando a expectativa de uma série de mudanças sociais no Brasil, visto que seu Governo é formado por segmentos sociais que historicamente lutaram pela transformação do país, como, por exemplo: lideranças de movimentos sociais e exguerrilheiros da luta armada das décadas de 1960 e 1970. Contudo, as transformações sociais esperadas não ocorreram, colocando em questão a perspectiva de uma mudança levada pela esquerda no poder do Estado. Para refletir sobre esse impasse da transformação social, esta pesquisa tem como objetivo investigar os discursos de exguerrilheiros sobre a transição da luta armada ao atual momento político: uma democracia neoliberal. Para tanto, entrevistamos quatro ex-participantes da luta armada que ocupam distintas posições sociais, que chamamos de: Deputado, Economista, Fotógrafo e Jornalista. Escolhemos os ex-guerrilheiros como atores da pesquisa, por entendermos que, durante a ditadura militar, adotaram a forma mais radical de luta para a transformação social. A partir da análise da memória reconstruída de nossos atores sociais e das reflexões do filósofo Gilles Deleuze sobre o agenciamento e o campo transcendental, elaboramos três discursos que expressam a transição da luta armada à democracia: a Estratopolítica, a Tecnopolítica e a Nomadopolítica. Cada discurso refere-se a uma modalidade singular de agenciamento, num tipo específico de funcionamento que articula prática política, memória e configuração psíquica. Cada discurso tem perspectivas distintas sobre os caminhos para a transformação social, em que o primeiro coloca a determinância dos estratos, das instituições e do Estado para fomentar as mudanças sociais; o segundo, no desenvolvimento de uma tecnologia da governabilidade, de saberes sobre a gestão; e o terceiro, na primazia dos movimentos e dos deslocamentos, numa prática mais fluida e molecular. Concluímos, corroborando com as reflexões de G. Deleuze &F. Guattari (1997), R. Michels (1982) e A. Przeworski (1991), que a esquerda no Governo atua numa fixação à Instituição-Estado, tendo um maior compromisso com a ocupação de lugares na estrutura institucional do que com o fazer político transformador, ou seja, atua predominantemente de forma estratopolítica. Palavras-chave: Ditadura, Estado, Política, Memória, Deleuze, Gilles, 1925-1995.

ASSUNTO(S)

deleuze gilles 1925-1995 memória state deleuze gilles 1925-1995 estado politics ditadura política dictatorship memory

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