Cursos superiores de graduação tecnológica: estigma discriminatório?
AUTOR(ES)
Elaine de Lourdes Civalsci
FONTE
IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
01/03/2012
RESUMO
Este estudo está vinculado à linha de pesquisa Formação de Educadores, do Programa de Pós-Graduação em Educação: Currículo, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, PUC-SP. Nos últimos anos, assistimos ao crescimento acelerado da oferta dos cursos superiores de graduação tecnológica nas universidades privadas particulares. Esta modalidade de curso pertence à Educação Profissional e Tecnológica e, embora tenha iniciado na década de 60, na Rede Federal de Ensino, somente em 2004, por meio do Decreto 5154/04, foi regulamentado. A demora na consolidação da legislação gerou insegurança nos discentes sobre a credibilidade desta modalidade de curso, o que deu origem à realização desta pesquisa. O objetivo deste trabalho foi investigar o estigma discriminatório sobre os cursos superiores de graduação tecnológica nos seguintes aspectos: o currículo, a legislação e o mercado de trabalho. Para atingir o objetivo deste estudo, realizamos uma pesquisa documental sobre a legislação e o currículo de um curso de graduação tecnológica e bacharelado de uma universidade particular de São Paulo, como também uma pesquisa de campo junto a organizações. A metodologia utilizada foi a pesquisa qualitativa. Os resultados deste estudo comprovaram que não há indícios de discriminação nos documentos da legislação, que garante ao egresso o direito à diplomação e continuidade dos estudos em cursos de pós-graduação. A análise documental nos currículos não apresentou evidências de discriminação, uma vez que as diferenças apresentadas nestas modalidades de graduação são inerentes aos objetivos de cada curso. Entretanto, a pesquisa de campo junto às empresas, realizada em dezoito organizações, no mercado de trabalho e por meio de um questionário com perguntas abertas e fechadas, revelou que a maioria das empresas pesquisadas apresentou restrições sobre a qualidade do curso e a formação do egresso. A maioria das empresas pesquisadas afirmou que os tecnólogos haviam sido contratados para cargos operacionais, enquanto que o Catálogo Nacional de Cursos Superiores de Tecnologia do MEC, no eixo Gestão e Negócios, habilita os egressos tanto para cargos operacionais como gerenciais. A pesquisa mostrou-se relevante para a comunidade acadêmica e a sociedade, indicando haver necessidade de aprofundar os estudos sobre a qualidade e a identidade desta modalidade de curso, uma vez que atende uma parcela significativa da população: a classe trabalhadora, que investe em sua formação nas instituições de ensino superior privadas
ASSUNTO(S)
educação profissional e tecnológica curriculo curso superior de graduação tecnológica formação profissional techonology graduate courses technology and professional education professional development
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