Comportamento diferencial de Listeria monocytogenes em queijos minas frescal elaborados pelo metodo convencional e por acidificação direta

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2002

RESUMO

Atualmente, muitos laticínios vêm utilizando o processo de acidificação direta, com ácido lático, substituindo o fermento lático, na elaboração do queijo Minas Frescal, para melhorar a textura e sabor e aumentar o rendimento. Entretanto, o emprego exclusivo do processo de acidificação direta pode proporcionar queijos mais susceptíveis a proliferação de microrganismos contaminantes, incluindo Usteria monocytogenes, reconhecido como um perigoso patógeno associado a doenças de origem alimentar e, particularmente, envolvendo queijos com características semelhantes ao tipo Minas Frescal. Assim, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a influência da utilização da acidificação direta no comportamento de L. monocytogenes artificialmente inoculada em comparação ao método convencional, com fermento lático na elaboração do queijo Minas Frescal durante armazenamento refrigerado a 5°C e 10°C, por 25 dias. Os queijos foram inoculados artificialmente com L. monocytogenes ( 10 GRAUS UFC/g). Foi utilizado o ágar Oxford Modificado (MOX) para a contagem de L. monocytogenes e o ágar de Man, Rogosa e Sharp para a contagem de bactérias láticas em queijos depois de 1, 6, 12, 18 e 25 dias de armazenamento. Os resultados das contagens de L. monocytogenes para os primeiros dias de monitoramento apresentaram valores em torno de 10 POT. 4 - 10 POT. 5 UFC/g. O queijo produzido pelo processo convencional apresentou contagens de L. monocytogenes praticamente inalteradas durante todo período de armazenamento, sugerindo uma ação inibitória ao crescimento do patógeno no produto. Para o queijo elaborado por acidificação direta, os resultados das contagens de L. monocytogenes para armazenamento a 5°C e 10°C após os 25 dias de monitoramento foram semelhantes, observando-se um aumento expressivo da ordem de 2-3 ciclos logarítimicos, mas com velocidade de crescimento maior para os queijos armazenados a 10°C. Os resultados sugerem que a mudança na tecnologia de fabricação do queijo Minas Frescal, embora pareça ser uma boa solução para a melhoria das características sensoriais, não é tão adequada do ponto de vista de segurança alimentar, necessitando novos estudos que aliem os benefícios estruturais e sensoriais aos microbiológicos

ASSUNTO(S)

queijo-de-minas acido latico listeria

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