Cidade educadora e juventudes : as políticas públicas e a participação dos jovens na cidade de Gravataí-RS

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

Nesta dissertação pesquisamos as mediações existentes entre o processo de participação/formação política dos jovens da cidade de Gravataí-RS e as políticas públicas voltadas à participação das juventudes, sustentadas na concepção de Cidade Educadora, entre os anos de 2009 e 2010. A pesquisa – enquanto um estudo de caso – se inscreve a partir de uma abordagem qualitativa, orientada pelas premissas teórico-metodólogicas do materialismo histórico-dialético. O principal objetivo consistiu em analisar, interpretar e problematizar as contradições existentes entre as possibilidades e a materialidade do exercício de uma cidadania emancipatória dos jovens, levando em consideração o referencial trabalhado no conceito de Cidades Educadoras. Nesse sentido, entender, na perspectiva das Cidades Educadoras, que contribuições e/ou limitações as políticas públicas podem trazer aos jovens da cidade de Gravataí na construção/materialização de uma cidadania emancipatória. Partimos do princípio que a juventude, dada sua intensa capacidade de agir, carrega um potencial de enfrentamento ao capital, ainda que veladamente. Também entendemos que a perspectiva organizativa das Cidades Educadoras orienta-se pelo princípio da constituição educativa do ser coletivo no espaço da cidade – por meio de sua ativa participação política –, baseada na intencionalidade e na execução de políticas públicas da gestão municipal, comprometidas com a emancipação da classe trabalhadora. No entanto, as relações que constituem o modo de vida dos jovens e a organização política das cidades estão atravessadas pelo modo de produção capitalista. Nesse sociometabolismo estrutural, calcado na exploração do trabalho e na destruição da natureza que se propõe a uma contínua expansão, os jovens, interpelados por relações de trabalho orientadas pela lógica de produção e produtividade capitalista, de forma geral passam pelas suas juventudes induzidos a reproduzir o mundo da pseudoconcreticidade. Deste modo, nossa pesquisa aponta para uma compreensão de que o planejamento do tempo e da vida dos sujeitos está estabelecido em desigual proporção ao tempo do capital. Considerando ainda que a perspectiva e as práticas de construção de elos e diálogo da gestão pública com a comunidade, principalmente na organização de políticas públicas que envolvam a participação popular, tornam-se limitadas e/ou inexistentes. Produzindo um “abismo” entre as políticas participativas de uma proposta de gestão pública e a pouca participação juvenil nelas. Partindo do princípio de ser a contradição dialética o processo que impele o movimento do real, apontamos a possibilidade de resistência e enfrentamento ao capital por dentro de suas próprias contradições. Nesse sentido, o tipo de formação humana, bem como de organização social na luta de classes, está em disputa. Em torno destas considerações, apreendemos que a formação política (de caráter crítico) destas juventudes e a materialização da participação política dos sujeitos através de práticas e diálogos com a gestão pública, se explicitam como condições reais de efetivação da proposta de Cidade Educadora na e pela constituição de uma cidadania emancipatória.

ASSUNTO(S)

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