Carcinoma hepatocelular em pacientes submetidos a transplante hepático: achados radiológicos com correlação anatomopatológica no Brasil
AUTOR(ES)
Maciel, Antônio Carlos, Cerski, Carlos Thadeu, Moreira, Roger Klein, Resende, Vinicius Labrea, Zanotelli, Maria Lúcia, Matiotti, Simone Berwig
FONTE
Arquivos de Gastroenterologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
2006-03
RESUMO
RACIONAL: O carcinoma hepatocelular é um dos tumores malignos mais comuns em todo o mundo. Exames de imagens, especialmente tomografia computadorizada e ultra-sonografia, estão entre as principais técnicas diagnósticas, embora a acurácia destes métodos possa apresentar significativa variabilidade. OBJETIVOS: Determinar a prevalência de carcinoma hepatocelular em pacientes cirróticos submetidos a transplante hepático na Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, RS; estimar a sensibilidade da tomografia computadorizada e da ultra-sonografia na detecção pré-transplante de carcinoma hepatocelular nesse grupo de pacientes; correlacionar características radiológicas com achados anatomopatológicos. MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo de prevalência retrospectivo. População: pacientes adultos, cirróticos, submetidos a transplante hepático de janeiro de 1990 a julho de 2003. Entre os 292 pacientes transplantados, foi diagnosticado 31 casos de carcinoma hepatocelular, dos quais 29 foram incluídos no estudo. As características tomográficas e ecográficas dos tumores diagnosticados pré-transplante foram comparadas com as observadas em exame anatomopatológico. RESULTADOS: A prevalência da infecção pelo vírus da hepatite C nos pacientes com diagnóstico de carcinoma hepatocelular foi de 93,5% e a prevalência deste entre os pacientes transplantados foi de 10,6%. A sensibilidade dos métodos de imagem na detecção de casos de carcinoma hepatocelular foi de 70,3% para tomografia computadorizada e de 72% para ecografia. CONCLUSÃO: A prevalência de carcinoma hepatocelular na instituição onde foi desenvolvido o estudo, bem como a sensibilidade da ultra-sonografia e da tomografia computadorizada para detecção dessa neoplasia na avaliação pré-transplante foi semelhante à relatada na literatura. Em contrapartida, a prevalência de infecção pelo vírus da hepatite C, fator etiológico de hepatopatia mais freqüente nos pacientes desta série, é das maiores já relatadas. Os fatores que influenciaram as taxas de detecção de carcinoma hepatocelular foram: tempo decorrido entre realização do exame e transplante; realização de tomografia computadorizada com fase arterial; tamanho da lesão. A fase arterial provou ser a mais importante no diagnóstico de carcinoma hepatocelular neste estudo.
ASSUNTO(S)
carcinoma hepatocelular transplante de fígado tomografia ultra-sonografia
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