Brahma Kumaris: the performative construction of gender identites / Brahma Kumaris : a construção performativa de identidades de genero

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

A presente dissertação investiga as reivindicações de gênero em práticas discursivas da escola de meditação Brahma Kumaris. Parto do princípio de que os conceitos centrais sobre os quais o presente trabalho se debruça, isto é, gênero e identidade , ao invés de constativos, são performativos. Sua existência não se dá anteriormente à linguagem; ao contrário, eles precisam ser performativamente reivindicados, iteravelmente, isto é, para o outro e novamente, na história de sua própria exibição Procedo, nesse sentido, a uma certa leitura da teoria dos atos de fala, desenvolvida inicialmente por John Langshaw Austin. A visão radical do performativo, segundo a qual a linguagem é, eminentemente, performativa é aqui informada pelo trabalho de leitura e intervenção no pensamento de Austin empreendido por Kanavillil Rajagopalan, Jacques Derrida, Judith Butler e Shoshana Felman. Abordo os dados segundo uma metodologia qualitativa, que vê na performatividade da linguagem indícios para o próprio tratamento do dado. As análises revelam que a reivindicação das identidades de gênero brahmins, calcada na visão de que somos almas e não corpos, constrói, performativamente, gêneros descorporificados (como é o caso da alma, do ser de paz, do anjo), criando, simultaneamente, alteridades abjetas (as pessoas luxuriosas, por exemplo), contra as quais as identidade brahmins reivindicam sua autonomia. A reivindicação de tais identidades tem de conviver, não obstante, com a contradição, advinda, principalmente, do peso da promessa de um gênero (puro) precisa lidar com sua condição humana, demasiado humana vinculada ao corpo e ao inconsciente, ao ato (ao mesmo tempo) de fala e falho

ASSUNTO(S)

genero identidade identity pragmatica gender brahma kumaris pragmatics brahma kumaris

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