Aumento dos lípides durante tratamento para VHC: ação do vírus ou da medicação?
AUTOR(ES)
ANDRADE, Vanessa Gutierrez de, YAMASHIRO, Fabio da Silva, OLIVEIRA, Cassio Vieira, KUROZAWA, Leticia Lastória, MOREIRA, Alecsandro, SILVA, Giovanni Faria
FONTE
Arq. Gastroenterol.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2018-06
RESUMO
RESUMO CONTEXTO: A interação entre lípides séricos e infecção pelo vírus C já é bem conhecida, assim como o comportamento dos níveis séricos daqueles durante o tratamento com Peg-IFN/RBV. No entanto, com antivirais de ação direta (AADs) este comportamento ainda não está claro. OBJETIVO: Comparar os níveis séricos de lípides entre pacientes tratados com Peg-IFN/RBV e AADs e avaliar os lípides na resposta virológica sustentada (RVS) com AADs. MÉTODOS: Estudo retro prospectivo comparando o comportamento dos níveis séricos de colesterol total (CT), lipoproteínas de baixa densidade (LDL) e triglicérides (TG) durante o tratamento com AADs (G-AADs) e um grupo histórico de controle Peg-IFN/RBV (G-PR). Coorte, estudo prospectivo, para estudar o comportamento dos lípides na RVS com AADs. Os dados foram coletados no início do tratamento (baseline: t-base) e na décima segunda semana de tratamento (t-12) para G-AADs e na vigésima quarta semana de tratamento (t-24) para G-PR para a análise comparativa entre os dois grupos. Na avaliação de coorte, as amostras foram coletadas no t-base e na décima segunda semana após o término do tratamento (t-RVS). Delta lípides: diferença entre lípides em t-12/t-24 menos t-base para comparação entre os grupos G-PR e G-AADs e t-RVS menos t-base para análise de lípides na RVS. A análise estatística descritiva, os testes não paramétricos de Kruskal Wallis e Wilcoxon foram utilizados para comparar o delta lípides dos grupos. O valor de P considerado foi de 0,05. RESULTADOS: Na avaliação entre os grupos G-PR e G-AADs, incluímos 63 e 121 pacientes, respectivamente. Os grupos não diferiram um do outro (IMC, sexo, genótipo, fibrose, colesterol total, LDL e TG), exceto por idade (50,38±10,44 vs 56±9,69, P=0,0006). Observamos uma diminuição nos níveis de CT e LDL e um aumento de TG no G-PR, no G-AADs ocorreu o oposto (Δ CT -13,9±34,5 vs 4,12±34,3 P=0,0005, Δ LDL -7,16±32 vs 10,13±29,92, P=0,003, Δ TG 4,51±53,7 vs -8,24±49,93, P=0,0025). Na análise de coorte, foram incluídos 102 pacientes, 70% homens e 56% F4. Noventa e cinco deles atingiram a RVS. Observamos um aumento de CT e LDL e uma diminuição de TG em ambos os grupos (RVS e não RVS), sem diferença estatística (Δ CT P=0,68; Δ LDL P=0,69; Δ TG P=0,43). Não encontramos diferença significativa na avaliação dos deltas pelos genótipos 1 e 3 (Δ CT +29,7±40,2 vs +13,4±30,3, P=0,06; Δ LDL + 21,4±28,6 vs +16,6±31,3, P=0,41; Δ TG -3,6±60,6 vs -0,7±40, P=0,91). CONCLUSÃO: O nível de lípides séricos diferiu durante o tratamento com Peg-IFN/RBV e AADs. O tratamento com AADs foi associado a um aumento de CT e LDL e uma diminuição de TG, independentemente da RVS.
ASSUNTO(S)
hepatite c metabolismo dos lipídeos análise virológica interferon-alfa antivirais, uso terapêutico
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