Aspectos sÃcio-dialetais da lÃngua falada em Fortaleza: as realizaÃÃes dos fonemas /r/ e /rr/

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

29/06/2007

RESUMO

Este trabalho tem por objetivo descrever e analisar as marcas sÃcio-dialetais da lÃngua falada em Fortaleza, com enfoque particular nas diferentes realizaÃÃes dos fonemas /r/ e /ɾ/. Utiliza como suporte as bases teÃrico-metodolÃgicas da FonÃtica e da Fonologia, com abordagem da Dialetologia e da SociolingÃÃstica, uma vez que, foi feito, alÃm do estudo dos aspectos sonoros, o estudo das variaÃÃes diatÃpicas (regionais) e diastrÃticas (sociais). A escolha desse tema justifica-se por vÃrios motivos, dentre os quais, acreditamos que o aspecto fonÃtico, como objeto de estudo, seja um dos que mais fÃcil e rapidamente denotam as variaÃÃes lingÃÃsticas, pois à neste nÃvel que as diferenÃas, tanto regionais quanto sociais, tornam-se mais evidentes e onde as mudanÃas, geralmente, tÃm inÃcio. Depois, se a lÃngua à vista como um sistema que possui uma heterogeneidade sistemÃtica torna-se possÃvel priorizar uma anÃlise lingÃÃstica voltada para um aspecto determinado, no caso, as realizaÃÃes do r fortalezense. Destacamos, tambÃm, o papel relevante das pesquisas empÃricas que tÃm por finalidade a descriÃÃo da lÃngua portuguesa em suas variantes, no sentido de definir o que de fato constitui o portuguÃs do Brasil. A metodologia do trabalho segue as linhas gerais do Projeto Atlas LingÃÃstico do Brasil â ALiB, com as devidas adaptaÃÃes. No levantamento dos dados para a anÃlise, foram considerados oito fatores, sendo trÃs sociais (faixa etÃria, grau de escolaridade e sexo) e cinco estruturais (tonicidade da sÃlaba que contÃm o fonema, dimensÃo do vocÃbulo, categoria gramatical, natureza do contexto fonolÃgico precedente e natureza do contexto fonolÃgico subseqÃente) que, posteriormente, foram distribuÃdos em quatro contextos para anÃlise das variantes do r no falar fortalezense. No cÃmpito geral dos dados, os resultados mostraram que: no contexto inicial, prevalece a fricativa glotal [h]; no contexto intervocÃlico, dÃ-se o contraste fonÃmico entre /r/ e /ɾ/; nos contextos pÃs-vocÃlico medial e final, dependendo da variÃvel natureza do contexto fonolÃgico subseqÃente, podem ocorrer as variantes [h], [ɦ], [ɾ] e [Ã]; o apagamento em posiÃÃo pÃs-vocÃlica final à mais forte do que em posiÃÃo pÃs-vocÃlica medial; no contexto pÃs-vocÃlico medial a variÃvel que mais favorece o apagamento à preenchida por obstruintes fricativos, mas a consoante rÃtica manifesta, tambÃm, uma tendÃncia a ser suprimida quando seguida de soantes (nasais). Tais resultados nos levaram a concluir que, nos estudos relacionados à variaÃÃo dos rÃticos, em lÃngua portuguesa, nÃo podemos enfatizar apenas o aspecto contrastivo. As diferenÃas fonÃticas devem ser analisadas segundo o contexto em que ocorrem, levando-se em conta fatores lingÃÃsticos e/ou sociais.

ASSUNTO(S)

/ parler âfortalezenseâ. lÃngua portuguesa â portuguÃs falado â fortaleza(ce) lÃngua portuguesa â regionalismos â fortaleza(ce) lÃngua portuguesa â fonologia variation du /r/ et /ɾ lÃngua portuguesa â dialetos - fortaleza(ce) lÃngua portuguesa â aspectos sociais - fortaleza(ce) linguistica aplicada fonÃtica e fonologia variaÃÃo regional e social variaÃÃo do /r/ e /ɾ / falar fortalezense phonÃtique et phonologie variation rÃgionale et sociale

Documentos Relacionados