Aspectos higiênico-sanitários, físico-químicos e microbiota lática de leite cru, queijo de coalho e soro de leite produzidos no Estado da Paraíba
AUTOR(ES)
Wilma Carla de Freitas
FONTE
IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
29/09/2011
RESUMO
O queijo de coalho é um produto tradicional do nordeste brasileiro, sendo amplamente consumido no estado da Paraíba, todavia o conhecimento da sua microbiota autóctone é de fundamental importância. Esta pesquisa teve como objetivos: avaliar as condições higiênico-sanitárias e físico-químicas de leite cru, queijo de coalho e soro de leite de três propriedades (A, B e C), situadas respectivamente nas mesorregiões do Agreste, Borborema e Sertão paraibanos e compará-los com os padrões da legislação; avaliar o perfil dos consumidores de queijo de coalho; isolar, caracterizar e identificar as bactérias láticas dessas amostras usando duas metodologias, comparando-as e verificar a atividade antimicrobiana dessas bactérias identificadas frente a Salmonella enterica, S. aureus e L. monocytogenes. Em nove amostras de leite, queijo coalho e de soro de leite, foram realizadas às seguintes análises: contagem de bactérias aeróbias mesófilas, NMP de coliformes totais e termotolerantes, contagem de S. coagulase positiva, pesquisa de Salmonella, umidade, proteína, lipídios, extrato seco total, sólidos não gordurosos, gordura no extrato seco, cinzas, acidez, pH, densidade e atividade de água. Nas amostras de leite, queijo e soro provenientes das três propriedades os coliformes termotolerantes e S. aureus estiveram presentes em números acima do recomendado, indicando condições higiênico-sanitárias insatisfatórias da matéria-prima e produto final. Nas análises físico-químicas, foi verificada acidez elevada nas amostras de leite dos produtores B e C e quanto à gordura e umidade as amostras de queijo de coalho foram consideradas queijos gordos, de alta a muito alta umidade. As contagens de bactérias láticas do leite cru dos produtores A, B e C foram de 104 a 106 UFC/mL, nas do soro dos três produtores na ordem de 107 UFC/mL, e as do queijo 106 (A e B), enquanto que o queijo do produtor C obteve as maiores contagens (109 UFC/g). Foram isoladas 112 colônias típicas de bactérias láticas das três amostras e os gêneros predominantes foram: Enterococcus, Lactococcus, Streptococcus e Leuconostoc. De um total de vinte isolados de queijo, doze foram identificadas pelo KIT API. As duas metodologias utilizadas para comparação na identificação dos gêneros coincidiu 25%, divergindo com a maioria das identificações realizadas pela metodologia segundo Cogan et al. (1997). Dos vinte isolados, dezenove apresentaram halos de inibição sobre as três bactérias patogênicas, com zonas de inibição de 2 a15 mm sendo os maiores halos formados por Lactococcus lactis ssp lactis sobre S. enterica e S. aureus. Entretanto, a atividade antimicrobiana revelada por alguns isolados de bactérias láticas sugerem a possibilidade de seu uso contra patógenos e podem atuar como uma barreira no desenvolvimento destes micro-organismos, bem como conservantes biológicos no queijo de coalho.
ASSUNTO(S)
queijo regional bactérias láticas coalho cheese condições higiênico-sanitários tecnologia de alimentos acid lactic bacteria hygienic sanitary
ACESSO AO ARTIGO
http://bdtd.biblioteca.ufpb.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=1874Documentos Relacionados
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