Análise cinética e cinemática da marcha de indivíduos paraplégicos com e sem órtese de pé e tornozelo (AFO) / Kinematic and kinetic gait assessment of paraplegic patients with and without ankle foot orthosis (AFO)

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

A lesão medular tem como consequência a perda da mobilidade e sensibilidade abaixo do nível da lesão, gerando, portanto, a impossibilidade de andar. Essa perda de movimentos traz inúmeras consequências aos pacientes lesados medulares como osteoporose, atrofia muscular, espasticidade, infecções urinárias de repetição entre outras. E muitas destas consequências podem ser minimizadas com o treinamento de marcha realizado com a utilização de estimulação elétrica neuromuscular (EENM). Dessa forma, o objetivo da pesquisa foi descrever a marcha de paraplégicos completos utilizando EENM e avaliar os efeitos da ankle foot orthoses (AFO) do tipo rígida na marcha destes indivíduos. Dezesseis indivíduos, sendo dez participantes controle e seis paraplégicos completos realizaram avaliação cinética e cinemática da marcha com e sem AFO. Ambos os grupos realizaram as avaliações em duas etapas: com AFO e sem AFO. Sendo que o grupo de pacientes realizou a marcha sempre utilizando EENM nos músculos quadríceps e no nervo fibular. Foi utilizado sempre o mesmo calcado durante os testes. Foram utilizados como parâmetros espaço-temporais a velocidade média (m/s), a cadência (passos/min), o comprimento de passo (m) e a porcentagem da fase de apoio. Todas as variáveis apresentaram diferenças significativas entre grupos e uso ou não da AFO, com exceção da porcentagem da fase de apoio, que apenas apresentou diferença entre os grupos (p<0,001). Entre as variáveis cinemáticas do tornozelo no contato inicial houve diferença entre os grupos (p=0,026), na amplitude de movimento (ADM) no apoio a diferença foi significativa no uso ou não da AFO (p=0,01), entre grupos (p=0,02) e na interação entre os grupos e o uso ou não da AFO (p=0,008), e na ADM no balanço a diferença ocorreu entre o uso e não da AFO (p=0,002) e na interação entre grupos e uso ou não da AFO (p=0,007). As variáveis do joelho que apresentarão valores significativos entre o uso ou não da AFO foram o ângulo no contato inicial (p=0,002), a ADM no apoio (p=0,0001) e a flexão no impulso (p=0,018), entre os grupos a flexão no impulso (p<0,0001) e a máxima flexão no balanço (p<0,001) apresentaram valores significativos. No quadril as diferenças significativas ocorreram apenas entre os grupos para o contato inicial (p<0,0001), máxima extensão no apoio (p=0,002), a extensão no impulso (p=0,005) e a máxima flexão no balanço (p=0,001). Nas variáveis cinéticas do tornozelo foram avaliados o momento no choque de calcanhar e momento máximo flexor plantar, ambos apresentaram valores significativos entre grupos (p=0,012 e p=0,014) e apenas o momento no choque de calcanhar apresentou diferença entre o uso ou não da AFO (p=0,015). No joelho e quadril foram avaliados os momentos máximos flexor e extensor. Sendo que no joelho apenas o máximo momento extensor apresentou diferença entre os grupos (p=0,0002). No quadril os valores de momento flexor máximo foram significativos entre grupos (p<0,0001). Os resultados espaço-temporais sugerem que a marcha com AFO é mais eficaz para os paraplégicos completos. Além disso, a AFO promoveu uma maior proteção ao joelho do desses indivíduos e permitiu uma maior descarga mecânica no quadril podendo assim, prevenir a perda de massa óssea

ASSUNTO(S)

marcha cinemática paraplegia ortese gait kinematics paraplegia orthoses

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