Desenvolvimento e análise da aplicabilidade de uma órtese tornozelo-pé durante a marcha de pacientes pós-ave. / Desenvolvimento e análise da aplicabilidade de uma órtese tornozelo-pé durante a marcha de pacientes pós-ave.

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

A alteração na marcha é uma das principais sequelas residuais em pacientes pós-acidente vascular encefálico. Em virtude disso, as órteses de tornozelo-pé são muito utilizadas por essa população. O objetivo deste estudo foi desenvolver e avaliar a aplicabilidade de uma órtese de tornozelo-pé experimental durante a marcha de pacientes hemiparéticos. Foram avaliados indivíduos saudáveis, no primeiro estudo, e com diagnóstico de acidente vascular encefálico, no segundo estudo. A avaliação da marcha foi feita utilizando duas plataformas de força e um eletromiógrafo, ambos da marca EMG System do Brasil, além de uma câmera de vídeo da marca Sony. A órtese experimental desenvolvida é composta basicamente por um compartimento inteiriço que é acoplado diretamente ao pé e ao 1/3 (terço) distal do osso tibial e um dispositivo (mola de aço). Após assinatura do termo de consentimento, os pacientes e os indivíduos saudáveis foram submetidos à avaliação da marcha. Foram analisadas as seguintes variáveis: força de reação ao solo, velocidade, cadência, comprimento dos passos e da passada e os sinais eletromiográficos dos músculos: tibial anterior (TA), sóleo (SO), reto femoral (RF) e vasto lateral (VL). Os resultados mostraram que houve um aumento da atividade dos músculos avaliados, dos indivíduos saudáveis, com utilização da órtese experimental de tornozelo-pé, porém sem significância (p>0,05), já no segundo estudo, os pacientes hemiparéticos apresentaram uma maior ativação dos músculos avaliados, principalmente dos músculos RF e VL na fase de apoio e apoio médio (p<0,05). A curva de reação ao solo, dos pacientes hemiparéticos, apresentou-se mais fisiológica com utilização da órtese de tornozelo-pé experimental em comparação com o uso de órtese de tornozelo-pé de polipropileno e sem uso de órtese. Com utilização da órtese em estudo os indivíduos jovens saudáveis não alteraram os parâmetros espaço-temporais da marcha, já os pacientes hemiparéticos obtiveram uma melhora do comprimento da passada com utilização de órtese de tornozelo-pé experimental em comparação com o uso de órtese de tornozelo-pé de polipropileno (p<0,05). O nosso estudo demonstrou, de uma forma geral, que houve uma maior ativação dos músculos avaliados tanto dos indivíduos saudáveis quanto dos pacientes hemiparéticos, no entanto, não podemos afirmar que houve uma melhora significante do padrão de marcha dos pacientes hemiparéticos, pois alguns parâmetros como a velocidade da marcha não apresentaram diferença significativa. Sugerimos assim, a continuidade deste com a realização de um estudo longitudinal para melhor avaliar a eficácia da utilização da órtese experimental em pacientes hemiparéticos.

ASSUNTO(S)

ciências da saúde hemiplegia Órtese hemiparesis orthosis eletromiografia. electromyography. gait marcha

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