Alfabetização científica e argumentação escrita nas aulas de ciênciais naturais: pontos e contrapontos

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Este trabalho apresenta resultado da investigação que teve como objeto a relação entre a argumentação escrita e a alfabetização científica. A pesquisa foi realizada através da análise de 16 cartas argumentativas produzidas por crianças do segundo ano do ensino fundamental de uma escola da rede particular de ensino da cidade do Recife. Na análise, quando necessário, traçamos um paralelo entre momentos provenientes da argumentação oral e da escrita, buscando respaldar nossas considerações a cerca do objeto investigado. Fundamentamos nosso trabalho na concepção de língua como interação proposta por Bakhtin (2003) e concebemos a argumentação como condução mediadora de pontos de vista, e por isso entendida como prática indispensável nas aulas de ciências. A compreensão dos conhecimentos científicos sistematizados nestes espaços perpassa o processo de alfabetização científica e assumem a argumentação como poderosa ferramenta na construção do pensamento científico (CAPECCHI; CARVALHO, 2000). Nas produções escritas dos alunos, identificamos os elementos constituintes da argumentação segundo o modelo de Toulmin (2006 [1958]) e caracterizamos os indicadores da alfabetização científica propostos por Sasseron (2008), entendidos como habilidades de ação e investigação na construção do conhecimento. Os resultados indicam que a argumentação escrita, através de uma reorganização e melhor sistematização das ideias, contribui substancialmente no processo de alfabetização científica, e que, por isso, o trabalho com gêneros textuais argumentativos deve ser uma prática constante nas aulas de ciências desde as séries iniciais do ensino fundamental.

ASSUNTO(S)

ensino de ciências argumentação escrita scientific literacy science teaching alfabetização científica educacao writing argument

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