A sofiologia de Bulgakov como filosofema: não-ontologia e ontogênese

AUTOR(ES)
FONTE

Trans/Form/Ação

DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

O texto examina a descrição do filosofema de Sergej Nikolajeviè Bulgakov como completamente "imanente" [a saber, a imanência do homem qua ser, de modo que a ontologia em Bulgakov torna-se um análogo conceitual da imanência] e o corolário de que tal imanência necessariamente exclui a problemática da "criação do mundo". Em razão dessa imanência resoluta e da noção de que a criação do mundo na forma de creatio ex nihilo requer um pensamento e um conceito não-imanentes ou não-ontológicos, a problemática da "criação do mundo" para Bulgakov é abordada somente por um teologema. Apropriando-se desse argumento como material para um filosofema fugaz, o texto procura transformar o teologema de Bulgakov em filofosema, por meio de uma elisão de Deus e do dogma que sobredetermina o teologema. Esse filosofema [que nasce no interior da própria obra de Bulgakov, em sua hesitação com respeito à sobredeterminação da imanência e ao compromisso com o problema da criação] seria um filosofema completamente não-ontológico, que permite o tratamento da problemática da "criação" ou ontogênese singular, ainda que com o corolário de que ele tem de depender de um "zero ontológico". Um tal filosofema qua fórmula ontologicamente vazia permanece não obstante ontologicamente significativo, à medida que ele evidencia o limite da ontologia, na não-relacionalidade do zero ontológico com a ontologia.

ASSUNTO(S)

não-ontologia creatio ex nihilo ontogênese hipostatização transcendência imanência não-relação

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