A relação entre língua e cultura em aulas de língua estrangeira. / The relationship between language and culture in foreign language teaching.

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Esta pesquisa é uma contribuição para a discussão da questão da relação entre língua e cultura no ensino de língua(s) estrangeira(s). Discute-se o lugar de questões culturais no ensino de língua(s) estrangeira(s) e como elas podem contribuir para um aprendizado mais eficiente de línguas, bem como para a formação de estudantes/cidadãos mais criticamente conscientes. A discussão sobre língua e cultura está relacionada à questões como globalização, hegemonia, mutabilidade lingüística e cultural, mas especialmente com sua presença no contexto educacional. Consideram-se, então, análises, perspectivas teóricas, estudos e livros que abordam este tema, estando, este trabalho, baseado principalmente na Lingüística Aplicada, atentando, também, para perspectivas de alguns autores/as, pesquisadores/as e linguistas como Bhabha, Crystal, Fiorin, Hall, Porto e outros como suporte para a pesquisa. Como corpus da pesquisa, faz-se uma análise de um livro didático de lingua inglesa, observam-se 18 aulas de inglês em um colégio da rede particular de ensino de Maceió e aplica-se um questionário ao professor e outro aos alunos da série cujas aulas foram observadas. A análise do livro didático se deu a fim de atentar para a ocorrência da relação entre língua e cultura nas lições e como essa relação se dá. A observação de aulas teve como meta a percepção do lugar e da importância de questões culturais na prática de ensino do professor e verificar que tipo de conhecimento está sendo trabalhado. O questionário, por sua vez, procurou examinar se a prática de ensino e se as idéias sobre um ensino que relacione língua e cultura se interrelacionam, bem como observar como os alunos vêem a língua inglesa em sua relevância na contemporaneidade e em suas vidas, adotando-se, desse modo, a perspectiva qualitativa para nortear este trabalho. Este estudo conclui que a) o professor não conhecia bem as teorias e abordagens que embasam o ensino de línguas; b) os alunos tinham léxico e análise de estruturas lingüísticas (de modo a estarem aptos a corrigi-las) como os principais focos do ensino, não sendo capazes de usar, em conversas simples, o que era ensinado em sala de aula; c) abordagens tradicionais eram principalmente usadas em diferentes tipos de exercícios; e d) o livro didático analisado, apesar de seu discurso sobre ensinar um Inglês vivo, através de diálogos que supostamente ilustravam situações brasileiras cotidianas reais, estava, na verdade, voltado ao ensino lexical e gramatical em situações que eram ora incompletas, ora incoerentes ou que apontavam para uma realidade inglesa.

ASSUNTO(S)

linguistica language foreign language teaching/learning discourse língua ensino/aprendizagem de línguas estrangeiras culture discurso cultura

Documentos Relacionados