A diluição da fronteira entre sociedade e natureza e a dimensão ontológica da crise de paradigmas nas ciências
AUTOR(ES)
Santos, Elisabete
FONTE
Organ. Soc.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2001-08
RESUMO
O texto discute o significado e a extensão da crise de paradigmas nas ciências no atual contexto de diluição da fronteira entre sociedade e natureza e de redefinição das relações entre sujeito e objeto do conhecimento, processos estes resultantes dos avanços da engenharia genética como também da neurobiologia, que coloca em cheque a perspectiva racionalista e a noção de objetividade que estrutura as ciências modernas. Tais elementos sugerem que a referida crise diz respeito não apenas à emergência de novos e complexos temas, mas sobretudo ao questionamento radical dos objetos e métodos das ciências da sociedade e da natureza. Ao situar a questão nesses termos, o texto discute a tentativa de equacionamento de tais problemas pela teoria dos sistemas (particularmente, na versão apresentada por Niklas Luhmann) e sugere a necessidade de constituição de novas abordagens, a exemplo da apresentada por um pensamento de caráter reflexivo como o de Gilbert Simondon. Fundamentalmente, o texto sugere que, a despeito do caráter formador dos clássicos, enfrentamos, nesse começo de século, uma crise de paradigmas nas ciências que demanda o repensar de elementos de natureza prática e teórica que estruturam a sociedade e as ciências contemporâneas.
Documentos Relacionados
- A'crise de paradigmas' nas Ciências Sociais, uma questão relativa à teoria da história?
- Dinâmica costeira e a trama complexa entre natureza e sociedade nas praias da Penha e do Seixas‐PB
- Por novos paradigmas nas ciências do homem
- A dimensão ontológica: um caminho possível para a concretização da interdisciplinaridade
- Pesquisa e Serviço Social: da concepção burguesa de ciências sociais à perspectiva ontológica