A construção social dos corpos periféricos

AUTOR(ES)
FONTE

Saude soc.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2016-03

RESUMO

Resumo Este artigo desenvolve o seu argumento em torno da forma como lidamos socialmente com corpora lidades que se afastam da centralidade corpórea, entendida aqui como o resultado da valorização de determinados aspetos do corpo, que passam a ser tomados como modelo do que este deve ser. Come çando por situar o corpo como objeto privilegiado para a comunicação entre o biológico, o individual e o sociocultural, esclarece os conceitos que servirão à nossa análise: corporalidade, centralidade corpórea, símbolo natural e incorporação. Interroga o porquê da ascensão do corpo nas sociedades do hiperindi vidualismo contemporâneo e procura evidenciar processos sociais em curso que produzem normas sobre o que o corpo deve ser, e que metaforizamos com as imagens dos corpos na marquesa, na pas serelle e no podium. Propõe-se em seguida a noção de corpo periférico como aquele do qual emanam signos desvalorizados pelos padrões constituintes da centralidade corpórea. Exemplificamos com as deformidades físicas e com a obesidade, analisando a partir delas como pode o corpo constituir-se como fonte de estigma e locus de sofrimento psicológico nos processos interativos correntes. O percurso que aqui empreendemos é suscetível de fornecer elementos para as seguintes questões analíticas que atravessam todo o texto: que processos conduzem um determinado objeto social a tornar-se central ou, pelo contrário, a ser deslocado para a periferia? Como construímos socialmente o periférico? Que consequências pode ter nas vivências psicológicas e na vida social daqueles que são olhados como corpos periféricos?

ASSUNTO(S)

corpo corporalidade estigma construção social obesidade deformidade física

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