Violência contra a mulher e sua associação com o perfil do parceiro íntimo: estudo com usuárias da atenção primária

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. bras. epidemiol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

05/12/2019

RESUMO

RESUMO: Objetivo: Verificar associação entre a história de violência contra a mulher e características sociodemográficas e comportamentais do parceiro íntimo. Métodos: Estudo transversal realizado com 938 mulheres usuárias da atenção básica de saúde, com idade entre 20 e 59 anos e que no momento da entrevista possuíam parceiro íntimo. Foram coletadas informações sobre as características sociodemográficas e comportamentais, do parceiro íntimo, bem como foi aplicado o instrumento World Health Organization Violence Against Woman (WHO VAW Study) para o rastreamento da violência psicológica, física e sexual vivenciada no último ano. Foi realizada análise bivariada, por meio do teste do c2 de Pearson, e multivariada usando regressão de Poisson com variância robusta. Resultados: As maiores prevalências de violência psicológica, física e sexual estiveram significativamente associadas aos parceiros que não possuíam ocupação e que recusaram o uso do preservativo nas relações sexuais. Homens que foram considerados controladores e que ingeriam bebida alcoólica estiveram associados a maior perpetração de violência psicológica e física (p < 0,05). Parceiros com até 8 anos de escolaridade apresentam maior frequência de prática de violência psicológica (RP = 1,32; IC95% 1,05 - 1,66), enquanto a violência sexual foi significativamente maior entre as mulheres cujos parceiros fumavam (RP = 1,94; IC95% 1,11 - 3,38). Conclusões: Esses dados evidenciam a importância de os profissionais de saúde atuarem juntamente a outros setores, tais como educação e segurança, no enfrentamento ao álcool e outras drogas, bem como na abordagem das questões de gênero.ABSTRACT: Objective: To verify the association between the history of violence against women and the socio-demographic and behavioral characteristics of intimate partners. Methods: A cross-sectional study was carried out with 938 women using basic health care, aged between 20 and 59 years, who at the time of the interview had an intimate partner. Information about the sociodemographic and behavioral characteristics of the intimate partner were collected, as well as the WHO VAW Study instrument for tracking the psychological, physical and sexual violence experienced in the past year. A bivariate analysis was performed using the Pearson c2 test and multivariate analysis using Poisson regression with robust variance. Results: The highest prevalences of psychological, physical and sexual violence were significantly associated with partners who had no occupation and who refused to use condoms in sexual relationships. Men who were considered controllers and who consumed alcoholic beverages were associated with greater perpetration of psychological and physical violence (p < 0.05). Partners with up to eight years of schooling present a higher frequency of psychological violence (PR = 1.32, 95%CI 1.05 - 1.66), while sexual violence was significantly higher among women whose partners smoked: 1.94, 95%CI 1.11 - 3.38). Conclusions: These data highlight the importance of health professionals, work together in other sectors such as education and safety, dealing with alcohol and other drugs, as well as addressing issues of gender.

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