Verniz à base de quitosana contendo própolis verde brasileira: avaliação da atividade antimicrobiana, citotoxicidade e perfil de liberação

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

30/06/2011

RESUMO

Os vernizes são formulações que, ao serem associadas com antimicrobianos, tem sido utilizadas em Odontologia para o controle e a prevenção do biofilme cariogênico. Nesse contexto, a clorexidina é o padrão utilizado como princípio ativo dos vernizes odontológicos. Entretanto, a clorexidina exibe efeitos indesejáveis como alteração do paladar e coloração dos dentes e da mucosa. Este trabalho teve como objetivo desenvolver um verniz polimérico à base de quitosana e própolis verde com a finalidade de controlar e prevenir o biofilme cariogênico, considerando que a própolis tem demonstrado atividade antimicrobiana contra microorganismos patogênicos da cavidade bucal comprovada mundialmente em diversos estudos já publicados. Ao verniz polimérico contendo quitosana foi adicionado extrato etanólico de própolis verde brasileira em diferentes concentrações, sendo cada uma delas: verniz A (15% de extrato etanólico de própolis verde/EEP), verniz B (10% EEP), verniz C (5% EEP), verniz D (7,5% EEP), verniz E (5% EEP), verniz F (10% EEP), verniz G (5% EEP). A atividade antimicrobiana foi testada de acordo com as normas CLSI contra amostras padrão de Streptococcus mutans e Streptococcus sanguinis pelo método de difusão em ágar. Os resultados foram obtidos através da média das medidas dos halos de inibição e de seus desvios-padrões e demonstraram que todos os vernizes inibiram o crescimento dos dois microorganismos testados, porém, após 24 horas, o verniz B exibiu o maior halo de inibição para S. mutans (8,92±0,68), enquanto que o verniz A mostrou o maior halo de inibição contra S. sanguinis (10,91±0,79) no mesmo período. Após 48 horas, o verniz F apresentou halos de inibição maiores para S. mutans (9,53±1,07) enquanto, contra o S. sanguinis, os maiores halos de inibição foram observados para o verniz A (10,23±0,35). O teste de citotoxicidade dos vernizes sob osteoblastos foi feito obedecendo às normas ISO 10993-5 e utilizando o ensaio colorimétrico com MTT para verificar a viabilidade celular, o qual demonstrou que todas as formulações dos vernizes mantiveram 80% das células viáveis, demonstrando baixa citotoxicidade, apresentando diferença estatisticamente significativa apenas com o verniz base contendo apenas quitosana, que permitiu a proliferação celular (120%). O teste de liberação controlada da própolis foi feito através da aplicação de 40 µL de cada verniz na superfície de esmalte dentes bovinos e mantidos em solução etanol/água em tempos regulares. O resultado demonstrou que, para liberação imediata, próximo a 8 horas, os melhores desempenhos foram observados para os vernizes E e F; demonstraram médio desempenho os vernizes G e A; os piores desempenhos foram observados para os vernizes C, D e B. O melhor desempenho em liberação prolongada foi do verniz A. Todos esses dados nos permitem concluir que o verniz à base de quitosana contendo extrato etanólico de própolis verde tem potencial para ser aplicado clinicamente na prevenção e controle do biofilme dental cariogênico, sendo que a formulação do verniz A, contendo própolis verde a 15% obteve os resultados mais favoráveis em todos os testes a que foi submetido.

ASSUNTO(S)

própole - teses quitosana - teses própole/uso terapêutico decs quitosana decs produtos com ação antimicrobiana decs

Documentos Relacionados