Ventilação mecânica não-invasiva aplicada em pacientes com insuficiência respiratória aguda após extubação traqueal
AUTOR(ES)
José, Anderson, Oliveira, Luiz Rogério de Carvalho, Dias, Elaine Cristina Polleti, Fuin, Daniela Brandão, Leite, Leslie Gomes, Guerra, Graziele de Souza, Barbosa, Deise do Carmo, Chiavone, Paulo Antonio
FONTE
Revista Brasileira de Terapia Intensiva
DATA DE PUBLICAÇÃO
2006-12
RESUMO
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A ventilação mecânica não-invasiva (VMNI) tem sido utilizada rotineiramente como método para auxiliar o desmame da ventilação mecânica. Uma das aplicações mais comuns é a sua utilização em pacientes que evoluem com quadro de insuficiência respiratória aguda (IRpA) após a extubação traqueal, embora as evidências científicas para esta indicação ainda sejam controversas. Os objetivos deste estudo foram identificar o número de pacientes que evoluem para IRpA após a extubação, avaliar a eficácia da VMNI para reverter este quadro e promover aumento da taxa de sucesso no desmame da ventilação mecânica. MÉTODO: Foi realizado um estudo prospectivo e transversal. A VMNI foi aplicada nos pacientes que apresentaram IRpA após extubação, independentemente de sua etiologia. A VMNI foi realizada na modalidade pressão de suporte, que foi ajustada para se obter volume-corrente exalado (Vte) de 6 a 8 mL/kg e PEEP e FiO2 ajustados para se obter a SaO2 > 95%. A VMNI foi realizada de forma contínua até cessarem os sinais de IRpA apresentados. O sucesso do desmame e da VMNI foi definido quando os eventos que levaram o paciente à utilização da VMNI fossem revertidos por um período superior a 48 horas de ventilação espontânea, evitando assim a re-intubação. RESULTADOS: Foram incluídos no estudo 103 pacientes. Observou-se que 32% (33) evoluíram com sinais de IRpA após a extubação e foram submetidos a VMNI. O tempo de VMNI utilizado foi 8 ± 5 horas, a PSV utilizada foi de 12 ± 2 cmH2O, PEEP de 7 ± 2 cmH2O, FiO2 de 40% ± 20%, Vte de 462 ± 100 mL, FR de 26 ± 5 rpm. Entre os pacientes submetidos a VMNI (33), 76% (25) cursaram com sucesso e posterior alta do serviço de terapia intensiva e 24% (8) evoluíram com insucesso da VMNI e necessidade de re-intubação. CONCLUSÕES: A VMNI aplicada em pacientes com IRpA após a extubação foi um recurso seguro e eficaz para evitar a re-intubação.
ASSUNTO(S)
desmame insuficiência respiratória aguda após a extubação ventilação mecânica não-invasiva
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