Valor prognostico da hipertrofia ventricular esquerda em pacientes com infarto agudo do miocardio submetidos a terapia trombolitica

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2002

RESUMO

O estudo avalia o valor prognóstico da hipertrofia ventricular esquerda em pacientes que apresentaram o primeiro infarto agudo do miocárdio e foram submetidos a terapia trombolítica até 12 horas do início dos sintomas. Foram acompanhados 93 pacientes, todos submetidos a exame ecocardiográfico e a cinecoronariografia anteriormente a alta hospitalar. Todos foram seguidos ambulatorialmente por período médio de 31.4 meses. Através do exame ecocardiográfico foi calculada a massa ventricular esquerda, utilizando-se da fórmula de Devereaux modificada,corrlgida pela área de superfície corpórea dos pacientes, obtendo-se o índice de massa ventricular. Foi estabelecido um valor de corte para o índice de massa ventricular esquerda, acima do qual a população foi considerada hipertrófica, de 134 g/m2 para homens e 111 g/m2 para mulheres. Estes valores foram obtidos através de estudos populacionais pregressos. A hipertrofia ventricular esquerda estava presente em 49 pacientes e ausente em 44 pacientes. Não foi observada nenhuma diferença entre os grupos com hipertrofia ventricular esquerda e sem hipertrofia ventricular esquerda no que concere a variáveis clínicas, angiográficas, fração de ejeção e isquemia miocárdica identificada através de testes indutores de isquemia. No período hospitalar não foi observada diferença estatística significativa referente a ocorrência de angina instável, reinfarto, taquicardia ventricular ou necessidade de procedimento de revascularização miocárdica entre os 2 grupos. Durante o seguimento clínico foram observados 26 eventos cardíacos (morte de causa cardíaca, infarto do miocárdio ou angina instável) no grupo comhipertrofia contra apenas 8 eventos no grupo sem hipertrofia(p<0.003). Em análise regressiva multivariada as variáveis hipertrofia ventricular esquerda, idade superior a 50 anos e isquemia miocárdica foram fatores preditores independentes de eventos cardíacos. Concluindo,estes dados sugerem que a hipertrofia ventricular esquerda é um fator de risco independente para o desenvolvimento de eventos cardíacos em pacientes infartados submetidos a terapia trombolítica no seu seguimento clínico, mas não no período hospitalar.

ASSUNTO(S)

ecocardiografia

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