Vacinação em gestantes: considerações sobre sua importância no Brasil

AUTOR(ES)
FONTE

Revista do Hospital das Clínicas

DATA DE PUBLICAÇÃO

2003

RESUMO

Recém-nascidos e lactentes jovens permanecem vulneráveis a diversas doenças causadas por vírus e bactérias. Em geral, as estratégias de imunização são inefetivas para que a criança produza anticorpos em quantidades suficientes nos primeiros seis meses de vida. Gestantes podem produzir anticorpos IgG que são transportados ativamente através da placenta e podem beneficiar tanto a mãe quanto a criança. Entretanto, com poucas exceções, as vacinas não são recomendadas rotineiramente para as gestantes, devido às preocupações relacionadas à segurança desse procedimento. A realização de estudos para avaliar os riscos e benefícios da vacinação em gestantes implica em dificuldades éticas e culturais, tendo baixa aceitação. Na última década, o desenvolvimento de vacinas, muito seguras e imunogênicas, reativou o debate sobre os riscos e benefícios da vacinação de gestantes, particularmente, quando existe alto risco de a gestante e/ou o feto apresentarem infecção com graves conseqüências. Neste trabalho, apresentamos uma revisão da literatura sobre a imunização em gestantes, utilizando dados do MEDLINE (1990-2002). Conclusões: 1) não existem evidências de risco para o feto quando a gestante é imunizada com toxóides, vacinas polissacarídicas, conjugadas ou contendo vírus mortos; 2) provavelmente, a maioria das vacinas contendo vírus atenuados também é segura, mas os dados sobre sua segurança ainda são insuficientes; 3) no Brasil, é necessário melhorar a cobertura vacinal de gestantes contra o tétano. Novas vacinas são candidatas para uso em gestantes, porém, é necessário realizar pesquisas para avaliar sua segurança, eficácia e possíveis indicações, considerando-se dados epidemiológicos regionais.

ASSUNTO(S)

vacinas gravidez imunização materna doenças infecciosas neonatal

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