Uso neoadjuvante do mesilato de imatinibe no tratamento de GIST retal volumoso: relato de caso

AUTOR(ES)
FONTE

Revista Brasileira de Coloproctologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2011-03

RESUMO

Tem sido relevante o papel das drogas que interferem na atividade tirosina-quinase dos receptores c-kit, no tratamento dos tumores derivados do estroma gastrintestinal (GISTs), sobretudo em tumores volumosos. Relata-se o caso de um paciente do sexo masculino, 56 anos, obeso, com quadro de peso retoanal associado a tenesmo e à sensação de evacuação incompleta. Foi diagnosticado volumoso GIST de reto inferior de localização posterior, visualizado por ressonância magnética e confirmado por estudo imunoistoquímico em punção-biópsia parassacral, guiada por tomografia. A impressão inicial foi de necessidade de amputação abdômino-perineal do reto, pois havia importante compressão do canal anal e do aparelho esfincteriano. Optou-se, então, por indicação de neoadjuvância com mesilato de imatinibe (Glivec®) na tentativa de preservação esfincteriana. Após quatro meses de tratamento, apresentava, ao toque retal, redução significativa (cerca de 50%) do volume da massa e em menor grau à ressonância magnética. Paciente foi submetido à excisão total do mesorreto e anastomose colo-anal manual, com ileostomia protetora. Evoluiu com necrose do cólon abaixado, tendo sido realizada ressecção do mesmo e colostomia terminal ilíaca. O paciente recusou a se submeter a uma nova tentativa de abaixamento colo-anal, tendo sido fechada a ileostomia e restabelecido trânsito pela colostomia ilíaca. No tratamento dos GISTs de reto muito volumosos ou irressecáveis, deve-se avaliar a indicação pré-operatória do imatinibe, uma vez que a cirurgia radical deve ser sempre indicada, a fim de minimizar a possibilidade de recorrência local.

ASSUNTO(S)

câncer retal neoplasias colorretais cirurgia antineoplásicos

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