Uso de um biopolímero na forma gel para o tratamento de olhos eviscerados: modelo experimental em coelhos

AUTOR(ES)
FONTE

Arq. Bras. Oftalmol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2012-08

RESUMO

OBJETIVOS: Avaliar histologicamente o processo de integração do gel da celulose produzida pela Zoogloe asp implantado em olhos eviscerados de coelhos. MÉTODOS: Estudo experimental utilizando 36 olhos de 18 coelhos. Todos eles tiveram seus olhos direitos eviscerados. A bolsa escleral foi suturada e preenchida com biopolimero da cana de açúcar, no estado gel. Todos os animais foram examinados clinicamente, sob biomicroscopia, até o dia de seus sacrifícios e enucleações que aconteceram no 7º, 30º, 60º,90º,120º e 240º dia. Os bulbos obtidos, inclusive os esquerdos, considerados controles, foram encaminhados para estudo histopatológicos de macroscopia e microscopia óptica. As colorações pela hematoxilina-eosina, tricômio de Masson (com anilina), tricômio de Gomori, Van Gienson e Picrosirius red e ácido periódico de Schiff (PAS) foram usadas. RESULTADOS: Durante o experimento não foram observados sinais clínicos de infecção, alergias, intoxicação ou extrusão. As córneas apresentavam-se relativamente preservadas. Exame macroscópico revelou uma diminuição de aproximadamente 8% no volume dos bulbos nos quais o biopolímero foi implantado. O corte do saco escleral mostrou um conteúdo sólido, compacto, elástico, resistente à tração, com superfície lisa e brancacenta. Não foram observados sinais de necrose, ou liquefação. O tecido epiescleral estava algo hipertrofiado. As preparações histológicas estudadas, nas diversas colorações, revelaram uma infiltração linfomonomorfonuclear inicial, substituída posteriormente por uma resposta fibroblástica e proliferação de histiócitos com formação de células multinucleadas gigantes. Foram também encontrados poucos polimorfonucleares neutrófilos e eosinófilos. A partir do 30º dia houve proliferação vascular e deposição de calágeno em todos os espécimes estudados, embora, no 240º dia do experimento, a resposta inflamatória crônica, a neovascularização e a deposição do colágeno não tinham ainda atingido o centro do implante. CONCLUSÃO: Neste modelo, o gel da celulose produzido pela Zoogloea sp, mostrou-se biocompatível e integrado às órbitas. Estudos morfométrico, imuno-histoquímico e de biodegradabilidade devem ser realizados futuramente.

ASSUNTO(S)

enucleação ocular evisceração do olho bioprótese olho artificial saccharum implantes orbitários biopolímeros modelos animais coelhos

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