Uso de surfactante exógeno no tratamento da bronquiolite viral grave: relato de caso

AUTOR(ES)
FONTE

Jornal de Pediatria

DATA DE PUBLICAÇÃO

2001-04

RESUMO

OBJETIVO: descrever os possíveis efeitos clínicos e laboratoriais da instilação traqueal de surfactante exógeno a um lactente com bronquiolite viral aguda grave e submetido a ventilação mecânica. RELATO: menina de 2 meses de idade com diagnóstico clínico de bronquiolite viral aguda e submetida a ventilação mecânica, necessitando de altos picos de pressão inspiratória positiva (35 a 45 cmH2O) e elevada fração de oxigênio inspirado (FiO2= 0,9), sem resposta clínica favorável ou melhora na gasometria arterial. Optou-se por instilar surfactante exógeno endotraqueal (Exosurf®, Glaxo - 50 mg/kg) para permitir utilizar um regime ventilatório menos agressivo. RESULTADOS: quatro horas após a administração do surfactante, foi possível reduzir o pico inspiratório de pressão (PIP) de 35 para 30 cmH2O; a FiO2 de 0,9 para 0,6 e aumentar a pressão positiva ao final da expiração (PEEP) de 6 para 9 cmH2O. Neste período observou-se uma elevação na relação paO2/FiO2 de 120 para 266. Ao completar 24 horas, a FiO2 pôde ser reduzida até 0,4. DISCUSSÃO: neste relato pretendemos demonstrar que a inativação do surfactante pode ser um fator decisivo na evolução desfavorável de alguns casos graves de bronquiolite. A instilação traqueal de surfactante, nestes casos, além de promover uma rápida resposta clínica, permite que se adotem técnicas ventilatórias menos agressivas.

ASSUNTO(S)

bronquiolite insuficiência respiratória respiração artificial cuidados intensivos

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