Uso de glicerol, metil-formamida e dimetil-formamida como crioprotetores do sêmen canino / Use of glycerol, methyl-formamide and dimethyl-formamide as cryoprotectants of canine semen

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

A crescente demanda por biotécnicas reprodutivas em cães tem despertado grande interesse no desenvolvimento de protocolos de congelação de sêmen canino que, associados à correta identificação do momento ótimo para a inseminação, resultem em taxas de fertilidade próximas às da inseminação artificial com sêmen fresco ou resfriado. A grande vantagem da congelação do sêmen é a sua viabilidade por tempo indeterminado. O crioprotetor de eleição na congelação do sêmen canino é o glicerol, entretanto a busca por crioprotetores alternativos tem sido crescente. O presente trabalho objetivou comparar a eficiência da metil-formamida (MF) e da dimetil-formamida (DF) em relação ao glicerol (GL) como crioprotetores na congelação do sêmen canino. Para o experimento, foram utilizados pools de amostras de sêmen de cinco cães da Polícia Federal, coletadas por manipulação digital. Cada pool foi fracionado em três amostras, sendo cada uma delas submetida a um dos três crioprotetores, sempre à concentração final de 3% em diluidor Tris-gema. Cada tratamento foi repetido cinco vezes. O sêmen foi avaliado subjetivamente quanto à motilidade total e progressiva, vigor e morfologia logo após a coleta do sêmen, formação do pool, diluição, resfriamento e descongelação. As alíquotas foram resfriadas e equilibradas a 4C por uma hora e meia e envasadas em palhetas de 0,5mℓ. Em seguida, procedeu-se a congelação, expondo-se as palhetas ao vapor de nitrogênio líquido por 15 minutos seguido de imersão e armazenamento no nitrogênio líquido. As palhetas foram acondicionadas em botijão criogênico por um período mínimo de sete dias antes da descongelação. A descongelação foi feita em banhomaria a 37C durante um minuto, permanecendo a esta temperatura durante 30 minutos para a realização do teste hiposmótico (HOST). A longevidade espermática foi feita realizando-se o teste de termorresistência (TTR). A análise estatística foi realizada utilizando-se análises de variância (ANOVA) e teste PLSD de Fischer. As amostras de sêmen fresco apresentaram características físicas e morfológicas dentro da normalidade (93,607,60%, 90,408,70%, 4,80,44 e 90,253,17% para motilidade total, motilidade progressiva, vigor e morfologia normal, respectivamente). Após a descongelação, foram observadas diferenças significativas (P<0,05) entre GL e DF em relação à motilidade total e progressiva e vigor. Em relação à MF, não houve diferenças significativas em relação ao GL ou à DF em nenhum parâmetro avaliado. As médias para motilidade total, motilidade progressiva, vigor e morfologia normal na pós-descongelação foram 69,005,47%, 61,007,41%, 2,90,54% e 57,105,01% para o GL, 59,008,94%, 50,0010,00%, 2,50,70 e 66,907,74% para a MF e 44,0021,03%, 37,0019,87%, 2,10,65 e 61,105,59% para a DF, respectivamente. No teste HOST, o GL apresentou-se superior à MF e DF (57,8012,47%, 35,8018,47% e 34,409,40%, porcentagens médias de células com membranas íntegras para GL, MF e DF, respectivamente). Durante o TRT, não houve diferenças entre o GL e a MF e ambos mostraram-se superior à DF. De acordo com os resultados encontrados, pode-se concluir que a MF apresenta resultados semelhantes ao GL, exceto no HOST, e, portanto pode ser considerada uma alternativa como crioprotetor na criopreservação de sêmen canino. Testes comparando diferentes concentrações da MF são necessários visando seu melhor desempenho como crioprotetor.

ASSUNTO(S)

cryoprotectant agents amides freezing/thawing crioprotetores amidas congelação-descongelação sperm ciencias agrarias dog sêmen cão

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