Uso de contraceptivos orais entre mulheres de 18 a 49 anos: inquérito populacional telefônico

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

02/04/2012

RESUMO

As mulheres em idade reprodutiva representam cerca de 30% da população brasileira. A elas são direcionadas ações governamentais referentes ao planejamento familiar que visam garantir acesso amplo e integral às informações e aos métodos contraceptivos. O Ministério da Saúde adota critérios de elegibilidade clínica (diretrizes clínicas baseadas em evidências científicas para orientar a prescrição e o uso desses métodos a fim de garantir sua eficácia e de evitar danos a saúde de quem os utiliza) desenvolvidos pela Organização Mundial de Saúde. Dentre os métodos para o planejamento familiar, o mais utilizado no mundo é o contraceptivo oral (ACO). OBJETIVOS: conhecer os padrões de utilização de métodos contraceptivos na população feminina brasileira e avaliar o uso adequado dos contraceptivos orais segundo os critérios de elegibilidade clínica averiguando a ocorrência de iniquidades. METODOLOGIA: estudo epidemiológico de base populacional, transversal e descritivo que utilizou dados secundários provenientes do VIGITEL, que coleta informações sobre os fatores de risco e proteção para doenças crônicas da população brasileira por meio de entrevistas telefônicas. Refere-se à população feminina brasileira de 18 a 49 anos residente nas 26 capitais e no Distrito Federal e servida por linha de telefonia fixa para o ano de 2008 (n=21074). As estimativas foram calculadas observando-se um intervalo de confiança de 95%. A escolaridade foi utilizada como proxy de condição socioeconômica para a análise de iniquidades. O uso inadequado de contraceptivos orais foi definido como o uso de ACO na presença de um ou mais dos seguintes fatores: hipertensão e/ou tabagismo em mulheres com mais de 35 anos e/ou doença cardiovascular. Por se tratar de amostra probabilística foram utilizados pesos para correção e inferências. Todas as informações são autorreferidas e o consentimento livre e esclarecido foi substituído pelo consentimento verbal. RESULTADOS: cerca de 70% das mulheres utiliza algum método de planejamento familiar; o ACO é o mais utilizado (33,8%). A hipertensão (15,5%) e o tabagismo (12,2%) foram os principais fatores de risco para doenças cardiovasculares presentes em usuárias de ACO e que também se constituem contraindicações para seu uso. O uso inadequado esteve presente em 13,1% da população brasileira. Não houve diferenças nas proporções entre as regiões, mas na análise por capitais, treze delas se encontram acima da média global nacional e quase a totalidade delas se concentra nas regiões Nordeste e Norte. O uso inadequado de ACO é maior entre mulheres com menor escolaridade. A proporção de uso inadequado de ACO no Brasil deve ser considerada elevada, portanto, ações referentes à educação em saúde e cessação do tabagismo devem ser priorizadas, principalmente entre aquelas mulheres com menor escolaridade.

ASSUNTO(S)

enfermagem teses.

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