Unidades não hospitalares de atendimento a urgencia e emergencia da região metropolitana de Campinas : aspectos organizacionais e conhecimento teorico dos enfermeiros sobre parada cardiorrespiratoria e ressuscitação cardiopulmonar

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

A partir de 2002, o Ministério da Saúde estabeleceu a Política Nacional de Atendimento às Urgências e Emergências devido ao aumento da demanda, da violência e do número de acidentes, além da insuficiência de serviços, superlotação dos pronto-socorros e queda da qualidade na assistência. A rede assistencial foi então modificada, surgindo as Unidades não-hospitalares de Atendimento a Urgência e Emergência (UNHAU/E), com a finalidade de atender pacientes com quadros agudos ou crônicos agudizados e ordenar os fluxos de urgência. Os objetivos deste estudo foram analisar a organização das UNHAU/E em relação à estrutura física, recursos materiais e humanos e o conhecimento teórico dos enfermeiros sobre parada cardiorrespiratória (PCR) e ressuscitação cardiopulmonar (RCP), dessas unidades. Estudo descritivo e exploratório utilizando um questionário pré-elaborado e validado por juízes que foi aplicado a 73 enfermeiros das UNHAU/E da Região Metropolitana de Campinas (RMC), compreendendo sete municípios e 16 UNHAU/E. Três enfermeiros de cada UNHAU/E, de diferentes turnos, foram aleatoriamente selecionados e entrevistados sobre o dimensionamento de recursos humanos e materiais e a organização assistencial da Unidade. O questionário sobre conhecimento teórico de PCR/RCP foi aplicado a todos os enfermeiros. Em relação à área física constatou-se que além da falta das divisões em blocos, muitas foram improvisadas com adaptações para se tornarem UNHAU/E. Quanto aos recursos materiais observou-se a ausência daqueles preconizados para uso em urgência e emergência (respirador adulto e infantil, bomba de infusão, material para cricotiroidostomia, caixa de pequena cirurgia, gerador de energia elétrica). Constatouse a ausência do profissional enfermeiro no período noturno. Os municípios que possuem maiores déficits em estrutura organizacional das UNHAU/E foram os municípios D, E e F. Resumidamente, destacam-se: mais de 60% dos respondentes não sabem detectar corretamente a PCR; cerca de 70% não sabem as condutas imediatas após a sua detecção; mais de 80% não sabem quais são os padrões de ritmos presente na PCR; acima de 60% não sabem a seqüência do suporte básico de vida (SBV); apenas 20% sabem a postura corporal correta para a realização da compressão torácica externa (CTE); mais de 60% não sabem a relação ventilação/compressão; acima de 70% sabem posicionar as pás dodesfibrilador, porém quase 70% desconhecem o valor da carga elétrica a ser utilizada; menos de 10% sabem em que consiste o SAV; menos de 7% sabem quais as vias possíveis para administração de fármacos; 100% sabem parcialmente quais os fármacos utilizados na RCP e 50% conhecem parcialmente para que servem e, apenas 20% sabem o que deve conter o registro do atendimento da PCR. Os enfermeiros do município C foram os que apresentaram pior desempenho na nota final. Conclui-se que as UNHAU/E apresentam grandes déficits em relação à área física, recursos materiais e humanos. Em relação aos conceitos teóricos em PCR/RCP os enfermeiros das UNHAU/E da RMC obtiveram uma nota média de 5,18 (±1,42), indicando uma deficência de conhecimentos em relação ao exigido para profissionais que atendem um quadro tão complexo, apesar das inúmeras diretrizes sobre o assunto disponíveis na literatura

ASSUNTO(S)

cardiac arrest nursing serviços de saude health services enfermagem parada cardiaca

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