Uma nova possibilidade de vigilância: identificamos todos os casos de leptospirose?
AUTOR(ES)
FONTES, Raissa Matos, CAVALCANTI, Luciano Pamplona de Góes, OLIVEIRA, Augusto César Aragão, BEZERRA, Laiane Fernanda de Melo, GOMES, Almira Maria Monteiro, COLARES, Jeová Keny Baima, LIMA, Danielle Malta
FONTE
Rev. Inst. Med. trop. S. Paulo
DATA DE PUBLICAÇÃO
2015-10
RESUMO
RESUMO A leptospirose é doença febril tipicamente subestimada em todo o mundo, principalmente em áreas que a dengue se apresenta de forma endêmica. Desta forma, há limitações importantes na compreensão do número de casos de leptospirose nessas áreas, o que proporciona maior subnotificação. Neste estudo, apresentamos estimativa de possíveis casos de leptospirose a partir de casos de dengue-símile na cidade de Fortaleza, nordeste do Brasil, durante os anos de 2008, 2010 e 2012. Os pacientes foram investigados para dengue e leptospirose utilizando testes imunoezimáticos para detecção do anticorpo, da classe IgM, específicos para cada patologia. Entre os casos suspeitos de dengue, mas que não apresentaram resultado laboratorial positivo, 10,8%; 19,2% e 30,8% foram confirmados como leptospirose nos anos de 2008, 2010 e 2012; respectivamente. Considerando os casos notificados pela vigilância de dengue e que foram, posteriormente, descartados, baseados nos resultados dos testes laboratoriais, estimamos que o número atual de casos de leptospirose pode ser de 26 a 49 vezes mais do que o detectado e notificado pelos serviços de saúde. Além disso, acreditamos que aproximadamente 20% dos casos de dengue-símile podem ser de leptospirose, em áreas onde as duas doenças ocorram de forma endêmica.