Uma análise sócio-histórica da construção da identidade do caboclo da região de Curitibanos, Santa Catarina

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

A presente dissertação objetiva apresentar uma análise sócio-histórica da construção da identidade do caboclo do município de Curitibanos, Santa Catarina. Justifica-se a abordagem reflexiva como elemento sustentador da compreensão profunda que se almeja da realidade presente, campo fecundo para o Serviço Social. Efetuada por meio de pesquisa bibliográfica aborda o processo de colonização realizado pelos portugueses, dos primeiros núcleos até a ocupação do Brasil meridional. Curitibanos, situado numa região rica em espécies madeireiras e campos de pastagens, constituiu-se em pouso de tropeiros que, ao conduzirem o gado, interligaram o Sul às zonas territoriais já colonizadas do país. A questão norteadora do trabalho é o atual homem empobrecido, dependente da assistência social pública. Esse caboclo, etnicamente constituído por descendentes de paulistas e indígenas da região, vivia da economia de subsistência, em harmonia com a natureza. As relações sociais eram marcadas pelo patriarcalismo, patrimonialismo e pela política coronelista, num contexto em que a valentia, posta a serviço dos interesses das elites dominantes, configurava-se como valor. A introdução do capitalismo internacional, através da estrada de ferro São Paulo-Rio Grande e pela atuação da serraria Lumber, acrescida da Campanha do Contestado - questão de limites entre os estados do Paraná e de Santa Catarina que não mobilizara os interesses diretos da população da região em litígio mas, circunstancialmente, a envolvera -, marcada pelo messianismo desencadeado por fatores de caráter político, cultural e econômico, culminara em sangrenta luta armada e em banditismo. Como resultado, os remanescentes desse caboclo espoliado constituem-se, hoje, nos usuários da assistência social pública.

ASSUNTO(S)

identidade social contestado servico social caboclos - curitibanos, sc

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