“Um bombeiro pede socorro!”: socialização, treinamento e sofrimento na formação do bombeiro militar

AUTOR(ES)
FONTE

Sociologias

DATA DE PUBLICAÇÃO

26/08/2019

RESUMO

Resumo Objetivamos, neste artigo, compreender a relação que se estabelece entre a cultura militarista e processos de socialização baseados no sofrimento na formação do bombeiro militar. Para tanto, tomamos como exemplo paradigmático o caso da morte de um aluno soldado bombeiro militar, ocorrido em 2016 na cidade de Cuiabá, Mato Grosso. Com base em uma pesquisa qualitativa e documental, incluindo levantamento histórico da literatura sobre o tema e da legislação sobre a organização dos bombeiros militares no Brasil, entre outros documentos, analisamos o relatório final do Inquérito Policial Civil (IPC) realizado, o qual apontou a prática de tortura por parte de uma instrutora (uma Tenente) de salvamento aquático. Concluímos que uma pedagogia baseada no sofrimento físico e psíquico encontrada nas Forças Armadas e Polícias Militares também faz parte da formação do bombeiro militar, a qual não deve ter por objetivo os ideais da guerra.Abstract This article is aimed at unveiling the relationship between militarist culture and socialization processes based on suffering in the military firefighter training. To that end, we take as a paradigmatic example the case of the death of a military firefighter trainee, occurred in 2016 in the city of Cuiabá, Mato Grosso. Based on qualitative and documentary research, including a historical survey of the literature on the subject and of the legislation on the organization of military firefighters in Brazil, we analyzed the final report of the Civil Police Inquiry (IPC). It pointed out the practice of torture by an instructor (a lieutenant) of aquatic rescue. We conclude through the analysis that a pedagogy based on physical and psychic suffering found in the Armed Forces and Military Police is also part of the military firefighter training that should not be guided by ideals of war.

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