Trauma vascular: ocorrência em pessoas submetidas a tratamento quimioterápico para câncer de mama / Vascular trauma: occurrence in people subject to chemotherapy for breast cancer

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

O câncer de mama é uma preocupação de saúde pública por sua grande incidência na população. A quimioterapia é a estratégia de tratamento mais empregada e dentre as formas de ser administrada, a mais comum é a intravenosa. A maioria das drogas citotóxicas é irritante ou vesicante, passível de promover trauma vascular. A pesquisa teve como objetivos: verificar a ocorrência de trauma vascular, oriundo do procedimento de punção venosa periférica, em pessoas submetidas à quimioterapia ambulatorial no tratamento do câncer de mama; identificar as manifestações clínicas de trauma vascular no local de punção venosa periférica para quimioterapia; verificar a existência de associação entre a ocorrência do trauma vascular e as variáveis estudadas; descrever a evolução temporal da ocorrência e continuidade do trauma vascular. Foram observadas 30 pacientes, durante 188 sessões. Quanto à caracterização da amostra, 93,3% das pacientes apresentaram o diagnóstico Carcinoma Ductal Invasivo, 3,3% Carcinoma Lobular Invasivo e 3,3% carcinoma metaplásico condróide; quanto ao estadiamento clínico os de maior porcentagem foram IIIA e IIIB com 26,7% cada um. Quanto ao programa de quimioterapia, 36,6% fizeram uso de Fluorouracil, Epirrubicina e Ciclofosfamida e 56,67% de uma combinação quatro Ciclos de Epirrubicina e Ciclofosfamida e quatro ciclos de Docetaxel associado ou não ao Trastuzumab. Outra característica, a presença de dor antes do inicio da quimioterapia, foi observada no ciclo 1 (10%), ciclo 2 (26,7%), ciclo 3 (36,7%), ciclo 4 (23,3%), ciclo 5 (26,67%), ciclo 6 (40%), ciclo 7 (14,3%) e ciclo 8 (14%); dentre as pacientes que apresentaram dor, os locais predominantes foram os membros superiores e inferiores. As características principais identificadas em relação aos acessos venosos foram visibilidade, em mais de 50% dos acessos escolhidos; palpabilidade, presente em 100% dos acessos; mobilidade, sendo que mais de 50% das veias eram fixas; alem de a maioria apresentar trajetória retilínea e com elasticidade preservada. Quanto ao local de inserção, predominou (>60%) o dorso da mão. Houve também um aumento de repetidas punções para se conseguir um acesso ao longo dos ciclos. Quanto ao material, identificou-se preferência pelos materiais flexíveis - vialon ou tefon - de calibre predominantemente 24G, fixados com adesivo micropore. Quanto ao sistema utilizado para infusão foi utilizado o frasco de plástico flexível e colabável, com equipo simples e com sistema extensor de duas vias. Nos 188 ciclos observados foram identificados como trauma vascular tardio: diminuição da elasticidade do vaso (63); hiperpigmentação (69); endurecimento (46); engurgitamento (10) e cordão venoso (30). Como manifestações imediatas: infiltração em 1,59% dos ciclos, flebite durante a infusão (35) e queixas de dor durante a infusão (9). Ao se comparar as médias de problemas (trauma vascular) apresentados pelas pacientes que fizeram uso de Fluorouracil, Epirrubicina e Ciclofosfamida e as que fizeram uso de Epirrubicina, Ciclofosfamida, e Docetaxel, foi identificado maior índice para as do primeiro grupo; a análise estatística Mann-whitney, (,062) aponta que a diferença entre os protocolos é significante. O trauma vascular, como eventual diagnóstico de enfermagem, possibilita ao enfermeiro, no âmbito de sua competência, intervir para minimizá-lo ou extingui-lo.

ASSUNTO(S)

drug therapy nursing diagnosis quimioterapia enfermagem oncologica oncologic nursing vascular trauma diagnóstico de enfermagem trauma vascular

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