Tratamento cirúrgico por via anterior na mielopatia cervical espondilótica com seguimento mínimo de dez anos
AUTOR(ES)
Pinto, Rui Peixoto, Oliveira, José, Matos, Rui, Neves, Nuno, Silva, Manuel Ribeiro da, Rodrigues, Pedro Cacho, Barros, Rui M, Cabral, Abel Trigo
FONTE
Coluna/Columna
DATA DE PUBLICAÇÃO
2010-06
RESUMO
OBJETIVO: a mielopatia cervical espondilótica (MEC) é uma causa frequente de disfunção da medula espinhal na população adulta. O tratamento implica em descompressão cirúrgica precoce. O objetivo foi apresentar um estudo retrospectivo da descompressão anterior e artrodese para MEC com um seguimento mínimo de dez anos. MÉTODOS: pacientes operados entre Janeiro de 1990 e Dezembro de 1994 foram avaliados por sexo, idade, número de níveis operados, avaliação funcional pela escala de Nurick pré-operatória um ano após cirurgia e após a revisão final que ocorreu em 2004, evidência de consolidação e complicações. RESULTADOS: foram avaliados 91 pacientes, 69 do sexo masculino, 22 do sexo feminino, com uma média de idade de 56,6 anos (42-86) e um seguimento médio de 11,9 anos. Ocorreram cinco óbitos: três pacientes no pós-operatório imediato, um no primeiro ano e um durante o restante período. Em média, foram operados 2,7±1,0 níveis por paciente (1-4). O valor médio de Nurick pré-operatório foi de 3,8±0,9. Houve uma melhoria significativa do estado neurológico um ano após a cirurgia (2,2±1,1; p<0,001) e entre o pré-operatório e a avaliação final (2,3±1,2; p<0,001). A degradação entre o primeiro ano e a avaliação final foi estatisticamente significativa (p=0,004). Verificou-se uma forte correlação entre a idade e o número de níveis operados (r=0,391; p=0,01), idade e estado neurológico inicial (r=0,238; p=0,05), estado neurológico inicial e número de níveis operados (r=0,251; p=0,05) e sexo e número de níveis operados, sendo as mulheres operadas a mais níveis (r=0,208; p=0,05). Verificou-se também uma maior deterioração neurológica entre o primeiro ano e a avaliação final em doentes mais jovens em comparação com os idosos (r=0,25; p=0,05). Há uma forte correlação entre a recuperação obtida ao primeiro ano e a recuperação final (r=0,838; p=0,01). A taxa de consolidação foi de 100%. CONCLUSÃO: na MEC, a cirurgia proporciona uma melhoria neurológica significativa e, apesar de uma deterioração clínica entre o primeiro ano e a avaliação final, os benefícios da descompressão são evidentes pelo menos dez anos após a intervenção.
ASSUNTO(S)
estenose espinal doenças da medula espinal descompressão cirúrgica resultado de tratamento
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