Transplante autólogo de células-tronco de medula óssea por mini-toracotomia: técnica e resultados iniciais

AUTOR(ES)
FONTE

Sao Paulo Medical Journal

DATA DE PUBLICAÇÃO

2008-03

RESUMO

CONTEXTO E OBJETIVO: Há pouco estudos avaliando o transplante de células mononucleares da medula óssea (CMMO) na miocardiopatia dilatada não-isquêmica. O presente estudo descreve uma técnica de implante intramiocárdico de CMMO por mini-toracomia e resultados com até um ano de acompanhamento. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Série casos para avaliar segurança e viabilidade do procedimento, no Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul. MÉTODOS: Nove pacientes com miocardiopatia dilatada, em classe funcional III/IV e fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) < 35% receberam CMMO (média 9,6 ± 2,6 x 107 células) em 20 pontos da parede livre do ventrículo esquerdo, através de toracotomia de 5 cm no quinto espaço intercostal esquerdo. Foram realizados ecocardiograma e ressonância nuclear magnética (RNM). RESULTADOS: Não ocorreram complicações maiores. Os resultados pré-operatórios aos 2, 4, 8 e 12 meses de acompanhamento dos seis primeiros pacientes são: classe funcional: IV-2, III-4 para I-5, II-1 para I-3, II-3 para I-2, II-3 e I-2, II-3. Ecocardiograma: FEVE = 25.9 ± 8.2, 32.9 ± 10.4, 29.4 ± 7.2, 25.1 ± 7.9, 25.4 ± 6.8% (p = 0.023); Fração de encurtamento do ventrículo esquerdo (VE) = 12.6 ± 4.4, 16.4 ± 5.4, 14.3 ± 3.7, 12.1 ± 4.0, 12.2 ± 3.4% (p = 0.021). RNM demonstrou diferenças discretas, não significativas. CONCLUSÕES: O implante intramiocárdico de células-tronco na miocardiopatia dilatada é viável e seguro. Houve melhora precoce nos sintomas e na performance de VE. Avaliação a médio prazo demonstrou regressão da função VE, mantendo, contudo, a melhora na qualidade de vida e na classe funcional.

ASSUNTO(S)

cardiomiopatia dilatada células-tronco cirurgia torácica insuficiência cardíaca congestiva transplante celular

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