Trânsito intestinal em crianças e adolescentes com constipação crônica

AUTOR(ES)
FONTE

J. Pediatr. (Rio J.)

DATA DE PUBLICAÇÃO

2015-08

RESUMO

OBJETIVO: Avaliar as características clínicas e os padrões de trânsito intestinal em crianças brasileiras com constipação refratária.MÉTODOS: De 2010 a 2013, 79 pacientes constipados receberam acompanhamento em um hospital terciário. Desses pacientes, 28 (entre 8-14 anos) foram identificados como terapia refratária a convencional e passaram por um método visual simplificado de estudo nuclear do trânsito intestinal, com ingestão de uma refeição líquida contendo 9,25 MBq/Kg de fitato-99mTc. Imagens estáticas abdominais foram tiradas imediatamente e em duas, seis, 24, 30 e 48 horas após a ingestão para uma análise qualitativa da progressão do marcador radioativo pelo cólon.RESULTADOS: Foram encontrados dois padrões de trânsito intestinal: trânsito intestinal lento (STC, n = 14), quando as imagens de 48 horas mostraram que grande parte do marcador permaneceu no cólon proximal e transversal; e retenção distal (DR, n = 14), quando, após 30 horas, o radioisótopo havia passado o cólon transverso e estava retido no retossigmoide até 48 horas. O grupo STC e o grupo DR incluíram, respectivamente, nove e 10 meninos; idade média no momento do NTS: 11 e 10 anos, p = 0,207; duração média de constipação: sete e seis anos, p = 0,599. Sintomas de constipação durante o primeiro ano de idade (p = 0,04) e relatos de fezes moles (p = 0,02) foram mais comuns em pacientes com STC. Observou-se impactação fecal abdominal palpável apenas no grupo DR. A apendicostomia para enema anterógrado para continência foi bem-sucedida em 4/12 (305) pacientes com STC (acompanhamento médio: 2,4 anos).CONCLUSÃO: O estudo nuclear do trânsito diferenciou dois padrões de dismotilidade intestinal e foi útil para orientar pacientes refratários a terapias específicas.

ASSUNTO(S)

crianças adolescentes constipação diagnóstico

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