"Transição de cor": Raça e abolição nas estampas de negros de Angelo Agostini na Revista Illustrada
AUTOR(ES)
Balaban, Marcelo
FONTE
Topoi (Rio J.)
DATA DE PUBLICAÇÃO
2015-12
RESUMO
RESUMO Angelo Agostini ficou conhecido como um dos principais caricaturistas do Brasil oitocentista. Sua fama se deveu, em grande medida, às imagens que publicou protagonizadas por personagens negros. Nelas, o artista italiano teria sido incansável defensor da causa dos escravos. Neste artigo, busco analisar essas imagens por meio de outras chaves interpretativas. No lugar de festejar o implacável abolicionista, procuro desvendar os sentidos raciais e as lógicas políticas que informavam seus desenhos de negros. Em cada um deles, o ítalo-brasileiro Agostini produz, e reproduz, estereótipos sobre os sujeitos tematizados, definindo seus personagens negros ora como vadios, ora como perigosos e irracionais, ou, ainda, como passivos diante dos horrores da instituição servil. Misturando raça e escravidão na criação desses desenhos, Agostini produz, nesse processo, a própria imagem como um dos heróis da grande causa.
ASSUNTO(S)
angelo agostini abolição raça revista illustrada imprensa ilustrada.
Documentos Relacionados
- The presence of novel in Revista Illustrada
- O Brasil de Angelo Agostini : Política e sociedade nas imagens de um artista (1864-1910)
- Revista Raça Brasil: negros em movimento (1996-2004)
- Retratos de caipira: construção de um estereótipo em Ângelo Agostini (1866-1872)
- A “TRANSIÇÃO MODERADA” E AS ORIGENS IDEOLÓGICAS DA DIREITA DEMOCRÁTICA NA NOVA REPÚBLICA