Trajetórias assistenciais de usuários com transtornos psíquicos na rede de saúde do município de Porto Alegre

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

A Reforma Psiquiátrica propõe um direcionamento para atenção em saúde mental no território, na qual os serviços de saúde devem estar organizados em rede. Essa rede de serviços composta de vários dispositivos integrados, capazes de absorver as diferentes demandas, com uma variada oferta de ações, deve ampliar os trajetos dos usuários na busca do seu cuidado. Esta pesquisa tem o objetivo de analisar a rede de serviços tecida a partir das trajetórias assistenciais de usuários com transtornos psíquicos de uma Estratégia Saúde da Família do Município de Porto Alegre. Trata-se de um estudo de caso, qualitativo, exploratório e descritivo. Os sujeitos foram 5 usuários de uma Estratégia Saúde da Família. Os dados foram coletados nos meses de novembro e dezembro de 2009. Foi utilizada a técnica de história de vida focal associada às entrevistas em profundidade. A análise utilizou as etapas de ordenação, classificação e análise final, emergindo 2 categorias: Trajetórias Assistenciais dos Usuários e Rede de Atenção em Saúde Mental. Considera-se o movimento da Reforma Psiquiátrica um importante marco para o desenvolvimento de políticas que possibilitaram a saída do manicômio como único trajeto assistencial às pessoas com transtornos psíquicos, evidenciado pela utilização de serviços como: Ambulatórios especializados, Centros de Atenção Psicossocial, Emergência Psiquiátrica, Hospitais psiquiátricos, Unidades Psiquiátricas em Hospital Geral, Oficinas de Geração de Renda e Estratégia Saúde da Família. Contudo, os usuários circulam em uma rede de serviços incipiente, pouco articulada, que reflete diretamente no acesso/acessibilidade aos serviços, fixando-os em determinados pontos, cristalizando a construção de trajetos assistenciais mais dinâmicos. Há pouca flexibilidade nos fluxos instituídos, impedindo que todos os pontos da rede possam ser potenciais portas de entrada. Para a consolidação de uma rede de serviços de saúde mental é necessário aprofundar a co-reponsabilização entre os recursos do Estado, do território, dos cidadãos, desenhando novas cartografias comprometidas com o agenciamento de trajetos assistenciais mais resolutivos.

ASSUNTO(S)

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