TrajetÃrias de vida : um estudo sobre a complexidade da experiÃncia na rua

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

A dura realidade das crianÃas e adolescentes que vivem nas ruas hà muito tempo chama a atenÃÃo da sociedade. Ao longo da histÃria brasileira, diversas instituiÃÃes se dispuseram a resolver o problema das crianÃas de rua; contudo, suas polÃticas de atendimento costumavam relacionar-se mais com os interesses da sociedade do que propriamente com as necessidades das crianÃas. Segundo Rizzini e Butler (2003), o avanÃo das pesquisas sobre o assunto permitiu perceber que o processo de apropriaÃÃo da rua se constitui de maneira gradual e progressiva, incorporando-se ao sistema identitÃrio da crianÃa e do adolescente. Desse modo, considerado de maneira isolada, qualquer fator, mesmo que importante, nÃo explica a complexidade do fenÃmeno. A trajetÃria seria, portanto, o elemento central que define o lugar que a crianÃa ocupa na rua. O conhecimento dessa trajetÃria permite compreender a relaÃÃo que a crianÃa estabelece com a rua como seu espaÃo prioritÃrio de vida. No presente trabalho, buscou-se compreender como se processam os vÃnculos das crianÃas e dos adolescentes com a famÃlia, com a rua e com as instituiÃÃes que as assistem, bem como as implicaÃÃes do contexto socioeconÃmico na construÃÃo desses vÃnculos. Foram analisadas as relaÃÃes entre essas instÃncias, de modo a compreender o lugar que elas ocupam nos processos de subjetivaÃÃo dos sujeitos em questÃo. A metodologia adotada neste estudo foi a histÃria de vida, tendo sido entrevistados trÃs sujeitos â dois adolescentes e uma jovem â com vivÃncia de rua. A partir das narrativas, buscou-se contribuir para o entendimento sobre as trajetÃrias de vida dos participantes, ao esclarecer quais os mecanismos por eles utilizados para incorporar ou rejeitar os significados psicossociais da rua. Os resultados sinalizam que as crianÃas e adolescentes que se envolveram com grupos na rua em seus percursos, demonstram mais dificuldade de romper com esse universo, haja vista a vinculaÃÃo imaginÃria construÃda com os pares. Observou-se que, nesses grupos, os sujeitos costumam agir, preponderantemente, pelo registro das emoÃÃes, construindo, desse modo, uma alianÃa identitÃria de difÃcil ruptura. O convÃvio com outras realidades, diferentes daquelas experimentadas na rua, permite aos sujeitos a construÃÃo de novas referÃncias identificatÃrias de modo a fragilizar a rua como um campo prioritÃrio em suas vidas. Espera-se, com os resultados desta pesquisa, contribuir para a construÃÃo de prÃticas voltadas para a melhoria de vida das crianÃas e adolescentes em situaÃÃo de rua

ASSUNTO(S)

adolescentes famÃlia crianÃas institution situaÃÃo de rua grupo group psicologia family identity histÃrias de vida identidade adolescents instituiÃÃo street situation life histories children

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