Tolerância do pepino enxertado à salinidade em ambiente protegido e controle da salinização do solo. / Salinity tolerance of grafted cucumber in greenhouse and control of soil salinization.

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2000

RESUMO

A aplicação de fertilizantes via água de irrigação é prática comum para cultivos em ambiente protegido, o que pode resultar na salinização do solo se o manejo da irrigação não for adequado. Com isso, é de grande importância que se estabeleça a tolerância das culturas à salinidade e o controle eficiente da irrigação para cada cultura a fim de se promover a lixiviação do excesso de sais da zona radicular até um nível tolerado pelas plantas. O presente trabalho teve o objetivo de estabelecer um manejo adequado da fertilização e da irrigação para a cultura do pepino enxertado em ambiente protegido, visando o controle da salinidade do solo, e avaliar métodos de recuperação do solo salinizado. Para isso, foi conduzido um experimento em uma estufa de 110 m 2 para estudar o efeito de diferentes salinidades da água de irrigação (S1=1,58 dS.m -1, S2=3,08 dS.m -1 e S3=5,13 dS.m -1 ), diferentes lâminas de água (L0=1,00.ETc e L1=1,25.ETc) e duas frequências de aplicação da lâmina L1 (F1=em todas as irrigações e F2=quando a lâmina de irrigação acumulada em L0 for igual a 100 mm) no desenvolvimento vegetativo e produção do pepino, cv. Hokushin, enxertado em Cucurbita spp., híbrido Excite-Ikki. O manejo da irrigação foi realizado através de tensiômetros instalados a 15 e 30 cm de profundidade e da evaporação de um tanque reduzido, instalado no interior da estufa. Os resultados obtidos demonstraram que o aumento de uma unidade de salinidade da água de irrigação reduziu a produção total e comercial em 2,83 e 2,99%, respectivamente, não apresentando diferenças significativas. O número de frutos comerciais por planta foi reduzido em 3,32% para cada incremento de uma unidade de salinidade. A salinidade também afetou significativamente a área foliar unitária e o índice de área foliar, bem como a altura e o diâmetro do colo da planta. As diferentes lâminas de irrigação e frequências de aplicação de L1 não resultaram em diferenças significativas para a produção e componentes de produção da cultura. O aumento de uma unidade de salinidade do solo reduziu a produção e o número de frutos por planta, comercial e total, em 7,24 e 6,71% e 8,04 e 7,58%, respectivamente, os quais foram bem inferiores aos valores citados na literatura. A pequena redução na produção e a ausência de diferenças significativas entre os níveis de salinidade não permitiram definir a tolerância do pepino à salinidade e o manejo da lâmina de irrigação quando a água utilizada apresenta alto teor salino. A salinidade do solo aumentou proporcionalmente com o aumento da salinidade da água, sendo que as lâminas de irrigação e as frequências de aplicação de L1 não foram suficientes para reduzir a salinidade do solo, embora a frequência F2 tenha resultado em um aumento mais lento da salinidade. A lixiviação do excesso de sais do solo após o cultivo demonstrou que a aplicação da lâmina de lavagem por gotejamento foi mais eficiente do que a inundação na redução da salinidade do solo. Concluiu-se que a lâmina relativa de lavagem e o valor do coeficiente k a serem utilizados são, respectivamente, de 0,9 e 0,1 para gotejamento e 1,3 e 0,2 para inundação, com base na lâmina calculada pela equação de Rhoades &Loveday (1990).

ASSUNTO(S)

greenhouse cropping soil leaching irrigation soil salinity cultivo em estufa irrigação pepino enxertia grafting cucumber lixiviação do solo salinidade do solo

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