Time for a kiss: theatre of spontaneity with teenagers adopting a Winnicott´s point of view / A hora do beijo: teatro espontâneo com adolescentes numa perspectiva winnicottiana

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2003

RESUMO

O presente trabalho, que se insere num conjunto de pesquisas voltadas à busca e fundamentação teórica de enquadres clínicos diferenciados capazes de responder a necessidades emocionais e existenciais geradas pela vida contemporânea, apresenta a narrativa de uma experiência clínica não convencional bem como reflexões que esta suscita, numa interlocução muito próxima com o pensamento de Winnicott. A estrutura do texto busca manter-se fiel, enquanto narrativa e reflexão, ao modo concreto como foi realizado o trabalho, na medida em que consistiu numa sucessão de encontros: com os adolescentes, com a memória do acontecido que foi registrado por escrito pela psicanalista após cada encontro, com os textos finalizados de cada peça, com demais psicanalistas do “Ser e Fazer”: Laboratório de Saúde Mental e Psicologia Clínica Social e com a obra winnicottiana. Inspirando-se no jogo de rabiscos, o enquadre diferenciado pesquisado caracteriza-se pelo emprego do teatro da espontaneidade como procedimento “apresentativo-expressivo” de maneira a estabelecer um campo lúdico capaz de sustentar o acontecer adolescente. Tendo à disposição uma mala contendo objetos variados adequados à confecção de fantasias, é oferecida aos jovens a oportunidade de um brincar que consiste na possibilidade de produção coletiva de dramatizações. No intuito de oferecer ao leitor uma noção do tipo de experiência clínica estudada, são apresentados relatos de nove peças que abordam os temas do casamento e da morte. Pode-se constatar que esses encontros favorecem o estabelecimento de um diálogo lúdico entre os jovens, oferecendo-lhes a oportunidade de expressar alguns dos dramas que os preocupam no momento e de experimentar novas formas de ser e de agir perante as questões levantadas. Uma vez que não se tratou de produzir conhecimento sobre psicologia da adolescência, mas de estudar a fecundidade clínica de um enquadre diferenciado, não há pretensão de trazer conclusões sobre a adolescência ainda que o teatro da espontaneidade tenha permitido vislumbrar os dramas enfrentados pelos jovens. É legítima a conclusão de que se trata de enquadre de trabalho adequado e poderoso, porque, por meio do brincar, permite expressão, surpresa e articulação simbólica de aspectos de self.

ASSUNTO(S)

casamento winnicott donald woods 1896-1971 adolescência psicanálise teatro da espontaneidade winnicott donald woods 1896-1971 theather of spontaneity psychoanalysis adolescence marriage

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