The influence of demographic and epidemiological profile over emergency hospitalizations in the hospital management / A influência do perfil demográfico e epidemiológico das internações de urgência na gestão hospitalar

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

As temáticas da qualidade, avaliação e gestão hospitalar, na atualidade, têm pautado as transições demográficas e epidemiológicas como elementos fundamentais de análise organizacional tendo em vista reorientar a gestão da qualidade hospitalar. Tal perspectiva é importante para os gestores que devem buscar desenvolver uma visão que inclua em suas análises administrativas as características da clientela atendida, uma vez que trazem implicações para a gestão do espaço físico, dos recursos materiais, equipamentos médicos, dos recursos humanos, entre outros. Desse modo, nosso estudo tem como objetivo caracterizar o perfil demográfico e epidemiológico das internações e identificar os eventos adversos relativos a infecção hospitalar segundo as topografias do trato urinário, do aparelho respiratório e da corrente sangüínea, na especialidade de clínica médica de um hospital de urgência e emergência de alta complexidade. Trata-se de estudo exploratório, retrospectivo com foco em análise de dados secundários, do tipo individual, o que possibilitou realizar associações das características das internações estudadas. A população de estudo constituiu-se de todas as internações de pacientes adultos, na especialidade de clínica médica no período de 1999 a 2005. As variáveis de interesse para o estudo foram as variáveis demográficas, as epidemiológicas e as relativas a eventos adversos de infecção hospitalar. Os dados foram coletados do Sistema de Informação Gerencial Hospitalar - SIGH e dos arquivos da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar - CCIH. Os resultados revelaram que com a implantação da Central Única de Regulação Médica houve uma reorganização do atendimento no hospital de estudo, priorizando-se o acesso a pacientes que demandam atenção de nível terciário, assim ocorreu diminuição de 32,6% das internações do ano de 1999 para 2000. Os dados demográficos revelaram que as internações de 60 anos ou mais, nos anos de 1999-2003, obtiveram percentual superior a 40%. Em relação ao estado civil o maior percentual por ano foi da categoria casados com variação no período de 33,2% a 46,8%, houve predomínio da raça branca com média de 76,5% e o grau de instrução preponderante foi o 1º grau com média de 76,4%. Quanto aos dados epidemiológicos, as doenças do aparelho circulatório participaram do quantitativo de internações com o maior percentual, com uma média de 26,1%, seguida das doenças do aparelho respiratório com média de 12,2% e doenças infecciosas e parasitárias com 11,9%. Nota-se no decorrer dos anos aumento no percentual de pacientes com diagnósticos de neoplasias, doenças do sangue, dos órgãos hematopoéticos e transtornos imunitários e, dos casos de lesões, envenenamento e outras causas externas. Cabe destacar que a maioria, média de 77,6% das internações no período retratam co-morbidades com associação de 2 a 7 diagnósticos médicos. Em relação ao evento adverso infecção hospitalar a pneumonia mantêm padrão em elevação atingindo 57,1% em 2002, sendo a ocorrência mais freqüente das infecções ao longo do período. As infecções da corrente sangüínea nos dois últimos anos apresentam elevação significativa de 8,3% em 2003 para 36,4 em 2005 e as infecções urinárias demonstram uma trajetória de alternância de ocorrências, atingindo o patamar máximo de 41,6% em 2003 declinando para 18,2% em 2005. Acreditamos que o estudo do perfil demográfico de uma clientela internada, também contribui para o delineamento de planos de ações de saúde e de enfermagem, cabendo destacar que as co-morbidades, a faixa etária de 60 anos ou mais, o rebaixamento do grau de instrução implicam em um maior número de fatores de risco à saúde exigindo direcionalidade na atuação dos gestores e profissionais de saúde. A análise dos resultados conforma o contexto de atuação do enfermeiro no que refere a gerência de cuidados à pacientes de alta complexidade, cabendo destacar o foco prioritário da gerência clínica, inicialmente no que concerne à dimensão biológica uma vez que as situações de urgência colocam em risco a vida do paciente, para então, ir ampliando a fim de acolher as necessidades integrais da pessoa hospitalizada.

ASSUNTO(S)

demography gestão hospitalar health services evaluation demografia epidemiology avaliação de serviços de saúde epidemiologia hospital management

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