Teste rápido para o HIV como estratégia de prevenção da transmissão vertical no Brasil

AUTOR(ES)
FONTE

Revista de Saúde Pública

DATA DE PUBLICAÇÃO

08/09/2010

RESUMO

OBJETIVO: Analisar a viabilidade da testagem rápida para o HIV entre gestantes na admissão à maternidade e de intervenções para reduzir a transmissão perinatal do HIV. MÉTODOS: Amostra de conveniência de mulheres que desconheciam sua situação sorológica para o HIV quando admitidas para o parto em maternidades públicas do Rio de Janeiro, RJ, e de Porto Alegre, RS, entre março de 2000 e abril de 2002. As mulheres foram aconselhadas e testadas com teste rápido Determine HIV1/2 na maternidade. Infecção pelo HIV foi confirmada pelo algoritmo brasileiro para o diagnóstico da infecção pelo HIV. A transmissão intra-útero foi determinada pelo PCR-DNA-HIV. Foram realizadas análises descritivas dos dados sociodemográficos, número de gestações e de abortos prévios, número de visitas de pré-natal, momento da testagem para o HIV, resultado do teste rápido para o HIV, intervenções recebidas pelos recém-natos e de transmissão vertical do HIV, de acordo com cada cidade. RESULTADOS: A prevalência de HIV entre as mulheres foi 6,5% (N=1.439) em Porto Alegre e 1,3% (N=3.778) no Rio de Janeiro. A maioria foi testada durante o trabalho de parto em Porto Alegre e no pós-parto, no Rio de Janeiro. Cento e quarenta e quatro crianças nasceram de 143 mulheres infectadas pelo HIV. Todos os recém-natos receberam ao menos a profilaxia com zidovudina oral, exceto um em cada cidade. Foi possível evitar qualquer exposição ao leite materno em 96,8% e 51,1% dos recém-natos em Porto Alegre e no Rio de Janeiro, respectivamente. A zidovudina injetável foi administrada durante o trabalho de parto para 68,8% dos recém-natos em Porto Alegre e 27,7% no Rio de Janeiro. Entre aqueles com amostras de sangue coletadas até 48 horas do nascimento, a transmissão intra-útero foi confirmada em quatro casos no Rio de Janeiro (4/47) e em seis casos em Porto Alegre (6/79). CONCLUSÕES: A estratégia mostrou-se factível nas maternidades do Rio de Janeiro e de Porto Alegre. Esforços devem ser empreendidos para maximizar a testagem durante o trabalho de parto. Forte suporte social precisa ser acoplado a essa estratégia para garantir o acesso dessa população ao sistema de saúde após a alta da maternidade.

ASSUNTO(S)

gestantes cuidado pré-natal aleitamento materno sorodiagnóstico da aids infecções por hiv transmissão vertical de doença infecciosa síndrome de imunodeficiência adquirida

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