Teratoma cervical congênito gigante: relato de caso e revisão quanto às opções terapêuticas

AUTOR(ES)
FONTE

Revista Paulista de Pediatria

DATA DE PUBLICAÇÃO

2011-12

RESUMO

OBJETIVO: Relatar um caso de teratoma cervical congênito, destacando a gravidade e as dificuldades terapêuticas associadas. DESCRIÇÃO DO CASO: Mãe de 30 anos, com gestação por fertilização assistida. Com 23 semanas, diagnosticada malformação cervical fetal à direita. Parto cesáreo por indicação fetal com 31 semanas. Recém-nascido masculino, peso ao nascer de 1800g, Apgar 4 e 9, com volumoso processo expansivo à direita, ocupando toda a região cervical, comprometendo a mandíbula e estendendo-se para o terço superior do tórax. Com 40 horas de vida, apresentou insuficiência cardíaca congestiva de alto débito por roubo de fluxo pelo tumor. A partir de 54 horas de vida, houve progressiva deterioração hemodinâmica e respiratória, com hipotensão, anúria e labilidade de oxigenação, refratárias às aminas vasoativas, reposição de volume e aumento do suporte ventilatório. Indicada abordagem cirúrgica para ressecção tumoral, todavia o paciente não apresentou estabilidade clínica que permitisse seu transporte ao centro cirúrgico e faleceu com 70 horas de vida. COMENTÁRIOS: O caso demonstra as dificuldades relacionadas à abordagem pós-natal dos teratomas cervicais volumosos. Apesar do diagnóstico pré-natal, o paciente evoluiu com obstrução de vias aéreas, complicada por um choque cardiogênico refratário, que culminou no óbito. A abordagem intraparto é fundamental nesses pacientes, consistindo em exérese tumoral, enquanto a manutenção da circulação materno-fetal permite a oxigenação fetal contínua. A evolução neonatal no caso descrito é condizente com a literatura que mostra prognóstico reservado quando não é realizada a abordagem cirúrgica intraparto.

ASSUNTO(S)

recém-nascido anomalias congênitas teratoma

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