Tafoflora de Taió, Santa Catarina (Permiano Inferior, Formação Rio Bonito, Bacia do Paraná)

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Uma nova macroflora foi identificada nas áreas em torno do Município de Taió, Santa Catarina. Taió era conhecida, até então, por suas excelentes exposições de depósitos marinhos com faunas de moluscos pectinídeos e equinodermas, representativos de uma sucessão pós-glacial registrada na porção média da Formação Rio Bonito, Membro Paraguaçu, Bacia do Paraná. O achado de níveis portadores de restos vegetais na base do Membro Paraguaçu, em exposições próximas àquelas onde as faunas foram identificadas previamente, amplia o registro fossilífero e auxilia no entendimento da evolução dos paleoambientes deposicionais desta porção da Bacia do Paraná. Os macrofósseis estão depositados em arenitos finos, ondulados, intercalados a finas camadas de pelito, indicando ambiente de baixa energia. O material paleobotânico é composto por associações de três diferentes localidades: afloramentos Bruno Peiker, Caça e Tiro e Igreja. No afloramento Bruno Peiker a ocorrência de partes muito delicadas em conexão, tais como frutificações, indica pouco ou nenhum transporte dos restos vegetais, compatível com associações do tipo autóctone-parautóctone. Por sua vez, a presença de paleossolos demonstra que parte do material encontra-se “in situ”. A associação é aparentemente monoespecífica, constituindose em partes de uma mesma planta do tipo esfenófita. O material é dominado por rizomas de classificação indeterminada, seguido por porções férteis, compostas por estruturas reprodutivas dispostas em caules longos e estreitos, do tipo Paracalamites, e poucos verticilos foliares do tipo Koretrophyllites, ainda conectados a seus respectivos eixos caulinares. As estruturas reprodutivas apresentam regiões férteis dispostas ao longo dos entrenós, compostas por agrupamentos de esporangióforos simples e uniesporangiados, sem a presença de brácteas associadas. Elas possuem um arranjo semelhante ao de alguns representantes das Archeocalamitaceae por não apresentarem verticilos foliares ou brácteas entre as regiões férteis, por outro lado, diferem de Notocalamites askosus Rigby, uma Notocalamitaceae, por não apresentarem nós e “folhas compostas ou modificadas” junto à região fértil. Com isso, acredita-se que os espécimes analisados correspondem a um novo táxon da Família Notocalamitaceae. No afloramento Caça e Tiro, há a ocorrência de fragmentos de Gangamopteris cf. obovata. No afloramento Igreja há uma associação de sementes mal preservadas do tipo Cordaicarpus e Samaropsis, e outros raros fragmentos não identificáveis de vegetais. Além deste material, ocorrem espécimes de Phyllotheca australis e Paracalamites australis em um bloco único, provenientes de níveis imprecisos junto a exposição do Afloramento Igreja. Desta forma, a região de Taió possui um abundante acervo paleobotânico, com representantes principalmente de Sphenopsida.

ASSUNTO(S)

paleobotânica : santa catarina formação rio bonito : paleoflora

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