Sufixos-ção e-mento na construção de nomes de ação e de processo : contribuição à prática lexicográfica

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

A metalexicografia, como abordagem reflexiva e crítica da prática lexicográfica, leva ao aprimoramento e à atualização da obra dicionarística. Nessa perspectiva, e por reconhecer a necessidade de embasamento lingüístico à elaboração dos verbetes afixais, o presente estudo visa trazer uma contribuição ao fazer lexicográfico mediante a observação e análise dos verbetes de –ção e de –mento. Esses sufixos, embora concorrentes na nominalização verbal, podem construir palavras sobre a mesma base aparente. Adotando como referencial teórico o modelo de Morfologia Construcional (CORBIN, 1987), especialmente em sua adequação descritiva, e aplicando-o a um corpus de 1.225 palavras recolhidas no Novo Dicionário Aurélio (2004) e do Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa (2004), identificamos a existência de formas homônimas em português: os sufixos –ção1, º–ção2 (possível de ser atestado), –mento1 e –mento2 e as terminações –ção3 e –mento3. Os sufixos –ção1 e –mento1 constroem nomes deverbais com o sentido intrínseco (e predizível) de “ação ou processo de V”, em que as noções de “ação” e de “processo” dependem da subcategorização verbal (da base) e nominal (da nova palavra), segundo Borba (1996 e 2003). Algumas palavras assim construídas podem assumir novas nuanças de sentido, relativas a processos semânticos derivativos (CHAFE, 1979). A partir dessa análise, sugerimos que essas e outras informações específicas que caracterizam cada um dos sufixos estudados sejam incorporadas aos respectivos verbetes afixais, considerando que muitas delas não são contempladas nos registros lexicográficos atuais. Em conformidade com a fundamentação teórica adotada, apresentamos, então, uma proposição dos verbetes de –ção1 e de –mento1 para dicionários vernaculares.

ASSUNTO(S)

lexicografia morfologia língua portuguesa

Documentos Relacionados