Subprodutos da agroindústria e indicadores externos de digestibilidade aparente em caprinos.

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Foram avaliados os consumos e a digestibilidade dos nutrientes, balanços energético e nitrogenado e diferentes métodos de estimativa de produção fecal em caprinos em três experimentos, utilizando subprodutos da agroindústria e como volumoso o feno de tifton 85 (Cynodon sp.). Doze caprinos machos castrados SRD, com peso vivo médio de 18 kg foram distribuídos num delineamento inteiramente casualizado com quatro níveis de inclusão de subprodutos e repetições. Os subprodutos utilizados foram resíduos de semente de urucum, bagaço de caju desidratado e farelo da castanha de caju em níveis de inclusão de 18, 36, 46 e 72% e 10, 15, 20 e 25%, respectivamente. Os subprodutos foram obtidos de indústrias beneficiadoras de semente de urucum e de suco de frutas na região Nordeste, no estado do Ceará. Cada experimento constou de um período de 19 dias, sendo quatorze dias de adaptação e cinco dias de coleta de alimento fornecido, sobras, fezes e urina. A estimativa da produção fecal foi realizada utilizando-se a coleta total de fezes e os indicadores óxido crômico e Lignina Purificada e Enriquecida (LIPE®), como indicadores externos para comparação e validação, respectivamente. Os consumos de matéria seca (CMS), matéria orgânica (CMO), proteína bruta (PB) e energia bruta (EB) aumentaram linearmente com o incremento do subproduto de urucum nas dietas, entretanto, as digestibilidades aparentes de EB, fibra em detergente neutro (FDN) e fibra em detergente ácido (FDA) apresentaram decréscimo linear. O incremento de subproduto de urucum proporcionou balanços energéticos positivos, sem diferença significativa entre os níveis de inclusão, acontecendo da mesma forma para os balanços nitrogenados, porém, ocasionando uma diferença significativa (P<0,05) entre o menor (18%) e o maior nível de inclusão (72%), na retenção de nitrogênio, com valores médios de 33,36 e 35,72%, respectivamente. A inclusão do subproduto de caju ocasionou aumento linear de todos os nutrientes avaliados. Entretanto, provocou decréscimo linear nas digestibilidades aparentes da FDN e FDA e decréscimo quadrático na digestibilidade aparente da proteína bruta com inclusão do bagaço de caju desidratado. Os balanços energéticos foram positivos em todos os níveis de inclusão de subproduto de caju (531,41 a 1256,31kcal para 18 e 72%, respectivamente), porém, o balanço nitrogenado e retenção de nitrogênio em 18%de inclusão foram negativos (-0,44 e 7,27 respectivamente). A inclusão do farelo da castanha de caju nas dietas aumentou significativamente o consumo de extrato etéreo (0,98 unidades percentuais a cada 1% de adição de farelo de castanah) e diminuiu os consumos de FDN e FDA das dietas. As digestibilidades da PB e do EE aumentaram linearmente com a inclusão do farelo da castanha, a cada unidade percentual de inclusão, 1,15 e 0,22 unidades de aumento nas digestibilidades foram encontradas, respectivamente. Os balanços energéticos e nitrogenados foram positivos, mas não diferiram significativamente com o incremento do farelo da castanha, alcançando valores médios de 1629,83kcal e 5,98g, respectivamente. O indicador LIPE® foi válido para estimar a produção em fecal e a digestibilidade dos nutrientes em caprinos em todos os ensaios onde foi utilizado, se assemelhando ao método de coleta total. O óxido crômico quando utilizado nos ensaios da avaliação do urucum e do bagaço de caju desidratado também não apresentou diferença significativa com o método de coleta total, apesar de se mostrar diferente no ensaio de avaliação do farelo de castanha de caju, superestimando as digestibilidades aparentes do ensaio.

ASSUNTO(S)

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