Sonographic biometry of fetal thyroid gland: nomograms / Biometria ultra-sonográfica da tireóide fetal: curvas de normalidade

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

INTRODUÇÂO: O funcionamento da tireóide fetal se inicia em torno de dez semanas de vida embrionária, e está intimamente relacionado ao funcionamento tireoidiano materno. Em gestantes com doenças tireodianas (principalmente hipertireoidismo), a passagem de anticorpos e medicações maternas pode provocar o mau funcionamento da tireóide fetal, acarretando bócio fetal. Além disso, algumas doenças fetais podem cursar com bócio antenatal. O funcionamento inadequado da tireóide fetal pode ter conseqüências severas (restrição de crescimento intra-uterino, craniosinostose, alterações na produção de líquido intra-âmniótico, insuficiência cardíaca ou até óbito fetal). Além disso, o bócio fetal avançado pode funcionar como obstrução à via de parto, podendo acarretar problemas na evolução do parto. A ultra-sonografia da tireóide fetal vem sendo descrita como um bom método para avaliação de tireóide fetal, porém existem poucas curvas de normalidade da tireóide fetal descritas atualmente, nenhuma em população brasileira. O objetivo desse estudo é construir curvas de normalidade do perímetro, área e diâmetro transverso da tireóide fetal em população brasileira através da utilização da ultra-sonografia bidimensional. MÉTODOS: Foram avaliadas 239 gestantes sem doenças sistêmicas e sem história de doença tireoidiana do pré-natal do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo. Todas as gestantes realizaram dosagem de TSH durante a gestação para descartar doença tireoidiana. A idade gestacional foi calculada pela data da última menstruação, e confirmada por ultrasonografia de primeiro ou segundo trimestre. Foram construídas curvas de normalidade do perímetro, área e diâmetro transverso da tireóide fetal. Das 239 pacientes inicialmente avaliadas, 43 (18%) foram excluídas. A prevalência de hipotireoidismo subclínico entre as gestantes foi de 0,9%, e a de hipotireoidismo franco de 2,2%. Em 5,4% das pacientes não foi possível a visualização adequada da tireóide fetal. Foram incluídas 196 pacientes. A avaliação foi realizada por dois operadores independentes. Foram realizadas três medidas de cada parâmetro, e considerada a média dos valores para a construção das curvas. Para o cálculo da variação intra-observador, foram avaliadas 159 pacientes e realizadas três medidas subseqüentes de cada parâmetro. Para o cálculo da variação inter-observador foram avaliadas 34 pacientes, nas quais cada operador realizou uma medida de cada parâmetro. RESULTADOS: Foram construídas curvas de normalidade do perímetro (P), área (A) e diâmetro transverso (DT) da tireóide fetal em relação à idade gestacional (IG) em nossa população de gestantes. As equações que melhor representaram a média esperada por idade gestacional foram equações lineares: P = 0,146 x IG; A = -1,289 + 0,085 x IG; DT = 0,054 x IG.

ASSUNTO(S)

high risk pregnancy biometria thyroid disease desenvolvimento fetal nomogramas fetal development biometry gravidez de alto risco ultra-sonografia pré-natal doenças da glândula tireóide nomograms prenatal ultrasonography

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