Síndromes Mielodisplásicas: enfoque epidemiológico e clínico em serviço de referência de alta complexidade

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

14/09/2011

RESUMO

As Síndromes Mielodisplásicas (SMD) caracterizam um grupo de doenças de ordem clonal hematopoética evidenciadas por estudos em todo o mundo. Estudos epidemiológicos que abordem as características sociodemográficas e clínicas, com abordagem da sobrevida e evolução leucêmica dos casos não são encontrados na literatura brasileira, o que requer investigação dessa doença prevalente em idosos e com incidência maior com o aumento da idade. Esse estudo objetivou realizar uma revisão sistematizada de literatura sobre SMD e investigar as características sociodemográficas e clínicas dos pacientes portadores desta doença, de forma a estimar a sobrevida e evoluções leucêmicas, a fim de caracterizar essa população em um serviço de referência de alta complexidade. Trata-se de uma coorte retrospectiva, realizada com portadores de Síndromes Mielodisplásicas no estado do Rio Grande do Norte, considerado um serviço de referência, de janeiro de 2000 a dezembro de 2010. Para análise descritiva foi utilizado o programa Epi Info 2002, versão 3.5.2 e para os cálculos das probabilidades de sobrevida foi empregado o método de Kaplan-Meier pelo uso do software SPSS (Statistic Package for Social Sciences) versão 10.0. Os cálculos da probabilidade de associação entre as características analisadas e o gênero foram realizados pelos Testes do qui-quadrado, qui-quadrado de tendência, de Fisher, Exato de Fisher, Mann Whitney e o de Log Rank. O nível de significância considerado foi de 0,05. O trabalho foi aprovado em seus aspectos éticos e metodológico pelo Comitê de Ética em Pesquisa CEP/HUOL protocolo 432/10. Dos 29 pacientes selecionados, houve predomínio de idosos, do sexo masculino, com baixa escolaridade, que apresentaram anemia como sintoma inicial. A maior parte foi de pessoas de pele branca, residentes em casa própria, moradores em zona urbana e com renda inferior a dois salários mínimos. Todos utilizaram terapia com hemoderivados, principalmente o concentrado de hemácias, numa frequência de quatro ou mais unidades por mês de consumo. Apenas 20% realizou dosagem de ferritina sérica, todos com valores acima do normal referenciado. Apresentaram baixa probabilidade acumulada de sobrevida e índices de evolução leucêmica em torno de 27%, com nenhum resultado satisfatório para o tratamento quimioterápico bem como nenhuma indicação de realização de transplante de medula óssea como possibilidade de cura. Conclui-se que se faz necessário a realização de pesquisas com maiores populações, de caráter multicêntrico a fim de melhor evidenciamento dos dados sociodemográficos e clínicos com possibilidade de caracterização em todo território nacional.

ASSUNTO(S)

síndromes mielodisplásicas - epidemiologia anemia refratária pré-leucemia análise de sobrevida prognóstico doenças da medula Óssea doenças hematológicas anemia refratária com excesso de blastos doenças sanguíneas e linfáticas ciencias da saude myelodysplastic syndromes - epidemiology anemia, refractory preleukemia survival analysis prognosis bone marrow diseases hematologic diseases anemia, refractory, with excess of blasts hemic and lymphatic diseases

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