Síndrome de Landau-Kleffner sem crises: atraso na aquisição da fala justifica o tratamento com drogas epilépticas?
AUTOR(ES)
Liberalesso, Paulo Breno Noronha, Nascimento, Lincoln Franscisco, Klagenberg, Karlin Fabianne, Jurkiewicz, Ari Leon, Zeigelboim, Bianca Simone
FONTE
Journal of Epilepsy and Clinical Neurophysiology
DATA DE PUBLICAÇÃO
2008-09
RESUMO
INTRODUÇÃO: Síndrome de Landau-Kleffner é uma síndrome epiléptica rara caracterizada pela associação de afasia de recepção, crises epilépticas, distúrbios do comportamento e alterações eletrencefalográficas com descargas nos lobos temporais unilaterais ou bilaterais. Crises convulsivas não são essenciais para o diagnóstico. RELATO DO CASO: J.V.S.S., masculino, três anos de idade, com atraso na aquisição da fala, agitação psicomotora e distúrbio do sono. Ele usava gestos e apontava para os objetos tentando se comunicar. Seu comportamento era muito agitado, impaciente, períodos de agressividade e muita dificuldade em estabelecer contato social com outras crianças da mesma idade. RNM foi normal e o EEG mostrou descargas de ondas agudas nas regiões temporais média e posterior esquerda. Após três meses de tratamento com carbamazepina a criança retornou para reavaliação, apresentando importante melhora da fala, falando palavras simples, melhora do comportamento e do padrão de sono e da interação social. DISCUSSÃO: Alterações na linguagem de recepção e de expressão são relativamente comuns em crianças com diferentes síndromes epilépticas, particularmente na síndrome de Landau-Kleffner. Descargas epileptiformes podem ocorrer em pessoas sem epilepsia sendo denominadas descargas subclínicas. Qual o impacto das descargas subclínicas para estas pessoas é incerto até o momento. Relatamos o caso de um menino com descargas epileptiformes no EEG, sem história de crises convulsivas e excelente evolução clínica após tratamento com droga antiepiléptica.
ASSUNTO(S)
descargas subclínicas síndrome de landau-kleffner atraso da fala